A escalada das ameaças cibernéticas tem se dado em progressão geométrica. A prova disso é que somente no primeiro semestre deste ano a Trend Micro bloqueou 63 bilhões de ameaças globalmente, o que representa um salto de mais de 50% na comparação com o mesmo período de 2021.
Relatório de meio ano de segurança cibernética publicado pela empresa dá uma noção do tamanho do desafio que responsáveis pela defesa das redes corporativas enfrentam atualmente. O documento aponta a ameaça persistente representada por grupos de ransomware como serviço (RaaS) como a mais atuante e que continuará a causar grandes dores de cabeça para as organizações nos próximos anos.
O estudo mostra que as detecções de grupos que operam RaaS, como LockBit e Conti, aumentaram 500% no semestre em relação ao mesmo período de 2021. Segundo a Trend Micro, esses grupos continuarão a adaptar suas táticas, técnicas e procedimentos (TTPs) na corrida pelo lucro.
O relatório alerta ainda para o aumento das ameaças direcionadas a sistemas Linux. Segundo o levantamento, as detecções de ataques a servidores Linux e sistemas embarcados cresceram 75% no primeiro semestre. Tanto as pequenas e médias empresas (PMEs) quanto as grandes corporações agora são um alvo, afirma o documento.
Muitos grupos de RaaS exploram vulnerabilidades como um vetor de ataque primário. O trabalho dessas gangues, segundo o relatório está ficando mais fácil à medida que o número de CVEs (registro de ameaças e vulnerabilidades identificadas em softwares) publicados continua a crescer fortemente.
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A Zero Day Initiative da Trend Micro publicou alertas sobre 944 vulnerabilidades no primeiro semestre de 2022, um aumento de 23% em relação ao ano anterior. O número de registros críticos de bugs publicados aumentou 400% no mesmo período.
Jon Clay, vice-presidente de inteligência de ameaças da Trend Micro, alertou sobre a crescente e crescente ameaça de grupos criminosos sofisticados. “É por isso que é essencial que as organizações melhorem o mapeamento, compreensão e proteção de sua superfície de ataque digital.” “Uma plataforma única e unificada de segurança cibernética é o melhor lugar para começar”, acrescentou.
Uma pesquisa recente da Trend Micro revelou que as organizações podem estar lutando para fazer isso, com dois quintos (43%) dos entrevistados globais admitindo que sua superfície de ataque digital está “fora de controle”. Também descobriu que, em média, os entrevistados estimavam ter apenas 62% de visibilidade de sua superfície de ataque.