A Volkswagen encontra-se em meio a uma operação de investigação e remediação de incidente em grande escala, com suspeitas que apontam para hackers que operam a partir da China. O ataque cibernético à montadora alemã de veículos, que ocorreu há mais de uma década, continua a repercutir até hoje.
Os dados roubados no ciberataque, que durou vários anos e foi descrito como “explosivo”, incluem informações confidenciais sobre o funcionamento interno da Volkswagen, que vão desde propriedade intelectual e planos de desenvolvimento de carros elétricos até veículos movidos a células de combustível de hidrogênio (H2V), áreas cruciais para a competitividade da montadora no mercado global.
Investigações jornalísticas lideradas pelo site ZDF e o jornal Der Spiegel revelaram mais de 40 documentos internos implicando hackers chineses na operação, considerada bastante sofisticada.
A cronologia dos ataques cibernéticos à Volkswagen, que vai de 2010 a 2015, destaca o planeamento e execução meticulosos por parte dos cibercriminosos. Os relatórios sugerem que os hackers analisaram meticulosamente a infraestrutura de TI da montadora antes de violarem as suas redes, levando à exfiltração de aproximadamente 19 mil documentos. Entre a propriedade intelectual roubada estavam informações sobre tecnologias emergentes, como carros elétricos e veículos movidos a células de combustível de hidrogênio verde (H2V), áreas cruciais para a competitividade da Volkswagen no mercado global.
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Embora a China não seja diretamente acusada, as evidências apontam para o seu envolvimento, com endereços IP rastreados até Pequim. Além disso, as ferramentas de hacking utilizadas, como a China Chopper, implicam ainda mais os chineses, embora provas permaneçam inconclusivas.
As implicações das violações de dados à Volkswagen vão além da espionagem corporativa, levantando preocupações sobre concorrência desleal na indústria automobilística.
A notícia ganhou repercussão por surgir em plena Exibição Automotiva Internacional de Beijing 2024, também conhecida como Auto China 2024, que começou nesta quinta-feira, 25, na capital chinesa, e da qual participam várias empresas alemãs do setor automobilístico. Cerca de mil veículos estão sendo exibidos na Auto China, entre os quais 278 são movidos a novas energias. Com imprensa e agências de notícias internacionais.