O ataque hacker sofrido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 16 desviou R$ 1,2 milhão a uma empresa terceirizada de tecnologia da informação, o que perfaz um total acumulado subtraído da Justiça eleitoral e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos de R$ 15,2 milhões.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, o desvio envolveu a transferência de fundos para três contas bancárias não relacionadas ao fornecedor legítimo. Há suspeitas de que informações pessoais e empresariais foram utilizadas indevidamente para facilitar essas transações.
A suspeita é de que houve um ataque ao Sistema Integrado de Administração Financeira do (Siafi) do do Tesouro Nacional, que serve para pagar servidores públicos, fornecedores e efetuar transferências oficiais para Estados e municípios.
Em um dos casos, uma conta em Paulínia, no interior de São Paulo, recebeu R$ 900 mil desviado do TSE, mas o suposto titular, residente em Belo Horizonte, devolveu o valor após detectar irregularidades. Outros montantes foram enviados para contas em São Paulo e Brasília, totalizando R$ 290 mil.
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As transações teriam sido realizadas via Pix, o que permitiria que os fundos fossem transferidos instantaneamente. Ao mesmo tempo, houve também tentativas de transferir R$ 690 mil para outras contas, mas que foram bloqueadas pelo Banco Central. A Polícia Federal investiga o caso e o inquérito está sob sigilo.
O TSE confirmou o desvio, mas o Ministério da Gestão não quis comentar sobre o assunto. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira passada, 22, que não houve ataque externo na invasão ao Siafi. Segundo ele, alguém usou o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e a senha do portal Gov.br de gestores de despesas para entrar no sistema e supostamente desviar recursos federais.