Kaspersky sob flechadas. Até da McAfee

Paulo Brito
25/09/2017
mcafee ad against kaspersky
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A Kaspersky, empresa com base na Rússia e fundada por Eugene Kaspersky, esteve no noticiário brasileiro dos últimos dez dias por duas razões: na semana passada, porque anunciou ter ganho uma concorrência para fornecer seu antivírus às nossas forças armadas. E no dia 13 porque o Departament of Homeland Security dos EUA publicou uma “diretiva” solicitando que departamentos e agências federais identifiquem qualquer uso desse antivírus e desenvolvam planos para removê-los e substituí-los por alternativas nos próximos três meses. Além disso, desde Junho havia notícias de que o FBI estava recomendando a remoção de produtos da Kaspersky, pela suspeita de que eles servem à espionagem. Agora, a McAfee publica um anúncio dizendo aos consumidores americanos com todas as letras: “O FBI recomenda a Remoção do Kaspersky por suspeita de ligação com espiões russos”.

Epa, em que ano estamos? 1967? 1959? Voltamos à guerra fria?

Vamos aos fatos: a campanha eleitoral que carregou Donald Trump para a Casa Branca está cercada de acusações e suspeitas de que teve a ajuda de russos – hackers russos, influenciadores sociais russos, presidente russo. Nada está comprovado, mas até o Facebook está ajudando nas investigações do Congresso sobre a participação deles na compra de 3 mil anúncios na rede social. Para piorar, na semana passada a perdedora das eleições, Hillary Clinton, deu uma entrevista dizendo, entre outras coisas, que os assesores de Trump continuam fazendo de tudo para ocultar as relações dele com os russos. Nada melhor, então, do que provar isenção chutando um russo na canela, certo?

Até onde eu sei, o único problema da Kaspersky é ser russa – ela abriu o código do seu antivírus para inspeção pelo nosso Ministério da Defesa e ofereceu a mesma coisa ao governo americano. Já o problema da McAfee é outro e aparece muito bem na última pesquisa da organização AV-Comparatives, sediada na Áustria: está nas últimas colocações em todos os continentes, enquanto a Kaspersky aparece nas primeiras. Inclusive na América do Norte. A propósito: a McAfee participou da concorrência para vender antivírus ao Ministério da Defesa. E perdeu.

A Kaspersky me enviou esta nota sobre a vitória na concorrência: “Depois de uma complexa competição pública, que envolveu um rigoroso processo de avaliação para comparar a ampla gama de produtos de segurança, o Exército Brasileiro selecionou a Kaspersky Lab como seu provedor de segurança cibernética. Ganhar essa licitação posicionou estrategicamente a Kaspersky Lab para oferecer as mesmas soluções a todas as Forças Armadas Brasileiras (Exército, Força Aérea e Marinha)”.

 

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