Dezenas de países uniram forças com empresas multinacionais de tecnologia para impedir o avanço do spyware comercial e violações dos direitos humanos no ciberespaço. Denominado Processo Pall Mall, o acordo foi assinado pelos EUA, Reino Unido, França e 22 outras nações. Outros signatários são o Conselho de Cooperação do Golfo e a União Africana, juntamente com acadêmicos e representantes de 14 empresas. Entre os gigantes da tecnologia signatários do documento estão o Google, Microsoft, Apple, Meta e BAE Systems.
Juntas, todas essas organizações prometeram combater a proliferação e a utilização irresponsável de ferramentas e serviços comerciais de intrusão cibernética, como o spyware.
O acordo foi assinado durante a conferência inaugural sobre Proliferação Cibernética, co-organizada em Londres pelo Reino Unido e a França, na quarta-feira, 7. O evento reuniu representantes governamentais, grandes líderes tecnológicos, fornecedores de segurança cibernética, especialistas jurídicos e defensores dos direitos humanos para discutir o uso de ferramentas e serviços de spyware e intrusão cibernética.
Durante o evento, o Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC) do Reino Unido estimou que o setor de invasões cibernéticas comerciais duplica a cada dez anos. A declaração afirmava que a “disseminação descontrolada” de ofertas de spyware contribui para a “escalada não intencional no ciberespaço”, observando que representa riscos para a estabilidade cibernética, os direitos humanos, a segurança nacional e a segurança digital.
Veja isso
Google vincula mais de 60 dias zero a fornecedores de spyware
Spyware usa dia zero para infectar dispositivos Android e iPhones
Alguns países que estiveram anteriormente associados ao desenvolvimento ou utilização de spyware, incluindo a Irlanda, a Grécia e Chipre, estão na lista de signatários. No entanto, houve nações que ficaram ausentes, incluindo Israel, Hungria, México, Espanha e Tailândia.
O evento ocorre dois dias depois de um anúncio do Departamento de Estado dos EUA de negar vistos a indivíduos que considere envolvidos no uso indevido de tecnologia de espionagem perigosa.
O Google, um dos signatários do Processo Pall Mall, divulgou na terça-feira, 6, um relatório abrangente analisando o cenário de fornecedores de spyware comercial.
Para ter acesso ao texto com as definições do Processo Pall Mall, em inglês, clique aqui.
