CBP amplia sistema de vigilância em massa na fronteira mexicana

Relatório revela que novas ISTs (Information Security Technologies), unindo uma vasta gama de sistemas separados de câmeras e vigilância, estão sendo implantadas em ritmo cada vez mais acelerado ao longo da fronteira dos EUA com o México
Da Redação
07/05/2024

Dados oficiais do governo dos Estados Unidos apontam que a patrulha de fronteira realizou mais de 1,75 milhão de interceptações de migrantes entre janeiro e setembro do ano passado. Agora um relatório recente da Electronic Frontier Foundation (EFF) revela que o Serviço de  Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) está expandindo rapidamente as tecnologias de vigilância em massa, disfarçadas, ao longo da fronteira dos EUA com o México.

Grande parte da tecnologia de vigilância foi originalmente desenvolvida para uso militar, diz o relatório da EFF, afirmando que a CBP planeja “expandir drasticamente as suas capacidades de vigilância com novas torres, inteligência artificial, drones e até mesmo four-legged robots ou robôs de quatro patas”.

O relatório baseia-se em uma pesquisa de campo da EFF realizada em 2022 e 2023 e mostra que as autoridades estaduais e locais, além da agência federal, também estão gerenciando e utilizando grande parte da tecnologia de vigilância.

A EFF descobriu um “briefing da indústria” mostrando que novas ISTs (Information Security Technologies), unindo uma vasta gama de sistemas separados de câmeras e vigilância, estão sendo implantadas em ritmo cada vez mais acelerado, com 48 novas implantações em andamento em San Diego, 46 ​​em El Paso, Texas, e 63 em Big Bend, também no Texas. Ao todo, há planos para 336 implantações futuras de ISTs, relata a EFF.

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Outra tecnologia que o CBP vem utilizando são os sistemas de vigilância remota por vídeo (RVSS) fabricados pela General Dynamics, com 60 a 200 pés de altura, que normalmente são colocados ao longo da cerca fronteiriça, inclusive em bairros residenciais, e que agora estão sendo modernizados.

Existem centenas de torres RVSS, que têm alcance de cerca de oito a 11 quilômetros e possuem câmeras eletro-ópticas, câmeras infravermelhas, iluminadores a laser e holofotes, segundo a EFF. Eles também irão alimentar o novo programa CTSE com inteligência.

Entre as tecnologias mais singulares descobertas pela EFF estão os veículos terrestres não tripulados (QGV), que a CBP está testando. “Trata-se de robôs quadrúpedes de vigilância, autônomos ou controlados remotamente em tempo real, destinados a ser multiplicadores de força em trechos remotos e de difícil acesso na fronteira”, diz o relatório da EFF, observando que a fabricante com a qual a CBP está trabalhando anunciou robôs armados.

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