A Meta anuncia que removeu sete empresas de vigilância por aluguel de sua plataforma por permitirem que seus serviços sejam usados para espionagem de pessoas em mais de 100 países ao redor do mundo.
A controladora do Facebook revelou em um relatório publicado na semana passada que as sete empresas têm sede na China, Israel, Índia e Macedônia do Norte. Seus serviços teriam como alvo cerca de 50 mil vítimas, incluindo jornalistas, dissidentes, críticos de regimes autoritários, famílias de oposição a governos e ativistas de direitos humanos.
Quatro empresas estão sediadas em Israel: a Cobwebs Technologies, Cognyte, Black Cube e Bluehawk CI. O país tem participação significativa no mercado global de vigilância, notadamente por meio do trabalho da polêmica empresa NSO Group, contra a qual o WhatsApp abriu um processo em 2019.
Em comunicado, a Meta disse que as empresas operam nas três fases da atividade de seleção de alvos: “reconhecimento” por meio de software automatizado; “engajamento”, em uma tentativa de obter a confiança da vítima; e “exploração” por meio de e-mails e mensagens de phishing.
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“Embora o debate público tenha se concentrado principalmente na fase de exploração, é fundamental interromper todo o ciclo de ataque porque os estágios anteriores permitem os posteriores”, disse a Meta na nota. “Se pudermos atacar coletivamente essa ameaça no início da cadeia de vigilância, isso ajudaria a impedir o dano antes que chegue ao estágio final e mais sério de comprometer os dispositivos e contas das pessoas.”
O gigante da mídia social disse que as entidades removidas violaram seus “Padrões da Comunidade e Termos de Serviço”. “Dada a gravidade das violações, nós os banimos de nossos serviços. Para ajudar a interromper essas atividades, bloqueamos a infraestrutura de internet relacionada e emitimos cartas de cessar e desistir, avisando-os de que sua segmentação de pessoas não tem lugar em nossa plataforma”, acrescentou a empresa.
“Também compartilhamos nossas descobertas com pesquisadores de segurança, outras plataformas e legisladores para que eles possam tomar as medidas adequadas”.Há sinais de que o governo dos EUA agora está levando a sério as atividades de empresas de vigilância como essas. Em novembro, o Tesouro acrescentou a NSO à lista de empresas impedidas de comprar componentes de companhias norte-americanas.