Brasil soma 23 bilhões de ciberataques no 1º semestre

Setores críticos, como tecnologia, manufatura, governo, telecomunicações e saúde, têm sido os principais alvos desses ataques destrutivos, segundo estudo da Fortinet
Da Redação
27/08/2023

Um recente relatório divulgado pelo Fortiguard Labs, divisão de pesquisa e inteligência de ameaças da Fortinet, referente ao cenário global de ameaças cibernéticas no primeiro semestre, mostra números alarmantes e tendências preocupantes. A América Latina, em particular, enfrentou uma onda massiva de tentativas de ciberataques, totalizando 63 bilhões de investidas durante esse período.

Dentre os países da região, o Brasil foi o mais impactado, alvo de um total de 23 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. Tal marca não apenas o posiciona o país como o mais afetado na América Latina, mas também chama a atenção para a crescente complexidade e alcance das ameaças enfrentadas pelas instituições e empresas brasileiras.

Um achado notável no relatório foi a constatação de que metade das organizações analisadas identificaram vulnerabilidades nos sistemas de controle industrial (ICS) e tecnologia operacional (OT). Isso ressalta a importância cada vez maior de investir em segurança cibernética não apenas em sistemas tradicionais, mas também em infraestruturas críticas que podem ser alvo de ataques devastadores.

A atividade de ransomware aumentou significativamente. A abordagem direcionada do ransomware foi destacada, sendo 13 vezes mais predominante do que no final do ano anterior. Esse aumento pode ser atribuído à ascensão do ransomware-as-a-service (RaaS), uma prática em que grupos cibercriminosos oferecem seus serviços de ransomware a outros, aumentando ainda mais a sofisticação dos ataques.

O relatório também evidencia o crescimento impressionante de 175% nas variantes exclusivas de malware nos últimos cinco anos. Esse aumento demonstra a rápida evolução das técnicas empregadas pelos invasores para escapar da detecção e explorar novas vulnerabilidades.

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Uma descoberta preocupante foi o aumento no tempo médio de permanência de botnets nas redes comprometidas. Em média, esses agentes maliciosos agora “residem” nas redes por cerca de 83 dias, um aumento notável em relação a anos anteriores. Reduzir o tempo de resposta a tais intrusões é crucial, pois o prolongamento desse período amplia os danos e os riscos enfrentados pelas organizações.

O relatório também destaca a ascensão do malware Wiper, que não apenas compromete sistemas, mas também os “apaga” de maneira irrecuperável. Setores críticos, como tecnologia, manufatura, governo, telecomunicações e saúde, têm sido os principais alvos desses ataques destrutivos.

A queda observada de mais de 75% nas tentativas de exploração por empresa sugere uma mudança nas táticas dos invasores. Embora o número de variantes de exploração tenha aumentado, os ataques agora são mais precisos e focalizados, buscando alvos específicos e mais rentáveis.Em resumo, o relatório do Fortiguard Labs demonstra a evolução contínua e a complexidade crescente das ameaças cibernéticas enfrentadas pela América Latina e o Brasil em particular.

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