Segundo fontes do serviço de mensagens, a empresa israelense usava um software espião para sequestrar e monitorar aparelhos remotamente

O WhatsApp acusou o NSO Group, empresa de tecnologia israelense focada em inteligência cibernética, de usar spyware para espionar acadêmicos, advogados, jornalistas e ativistas de direitos humanos em vários países, incluindo a Índia. Segundo fontes do serviço de mensagens, a empresa usava um software espião (spyware) chamado Pegasus.
O WhatsApp tem cerca de 1,5 bilhão de usuários em todo o mundo, dos quais 1,4 mil usuários foram monitorados pelo spyware, conforme pelo Facebook, dono do aplicativo de mensagens. De acordo com a empresa, o Pegasus atacou as vítimas mesmo se o usuário atender as chamadas.
O WhatsApp informou ter detectado a espionagem entre abril e maio, que afetou usuários em 20 países em quatro continentes. No entanto, algumas pessoas revelaram por conta própria nas redes sociais, além de agências de notícias terem informado que estavam entre as afetadas pelo spyware desenvolvido pela empresa israelense, após a divulgação da notícia.
De acordo com alguns relatos da mídia, ocorreu uma “tempestade política” alguns dias após o WhatsApp ter entrado com uma ação em um tribunal federal dos EUA contra a empresa que tem sede em Telaviv. Na denúncia, o WhatsApp alegou que a companhia israelense usou o spyware para atingir cerca de 1,4 mil usuários do WhatsApp em todo o mundo.
O governo indiano também demonstrou preocupação e pediu ao WhatsApp para responder sobre o caso até esta segunda-feira, 4. “O governo está preocupado. Pedimos ao WhatsApp para explicar a violação e o que está fazendo para salvaguardar a privacidade de milhões de indianos. O governo está comprometido em proteger a privacidade de todos os indianos”, disse Ravi Shankar Prasad, ministro de TI da Índia, a agências de notícias internacionais.
O WhatsApp ainda não deu nenhuma declaração oficial sobre o caso. Os nomes e números exatos dos usuários cujos telefones foram sequestrados remotamente também não foram revelados. No entanto, a empresa alega que entrou em contato com esses usuários e os alertou que seus aparelhos estavam sob vigilância. O NSO Group diz, por seu lado, que apenas vendeu o Pegasus para agências governamentais e que o software não foi projetado ou licenciado para bisbilhotar ativistas e jornalistas de direitos humanos.