Gianluca Brocoletti é o novo diretor dos Serviços de Segurança do Vaticano, o que inclui a área de cibersegurança. Ele substitui Domenico Giani, que renunciou dia 14 após o vazamento de informações de uma investigação interna

O Papa Francisco nomeou Gianluca Gauzzi Brocoletti, 45 anos (foto), novo diretor dos Serviços de Segurança do Vaticano, o que inclui a área de cibersegurança. O executivo anterior, Domenico Giani, renunciou na segunda-feira passada, dia 14 de Outubro, após o vazamento de informações confidenciais de uma investigação sobre o Secretário de Estado do Vaticano. Broccoletti já era, desde 2018, vice-comandante da Gendarmeria do Vaticano, o principal órgão que lida com a segurança do papa e do Vaticano. Formado em Engenharia de Segurança e Proteção na Universidade “La Sapienza”, em Roma, ingressou na Gendarmeria em 1995. Desde 1999, era responsável pelo planejamento e desenvolvimento da rede de segurança do estado e infraestrutura de tecnologia da Cidade do Vaticano.
A informação confidencial que vazou foi um boletim de ocorrência interno, lavrado em 2 de outubro. Nesse dia, houve uma invasão – até agora não explicada – de homens de Giani em dois escritórios importantes do Vaticano: o Financial Information Authority e a Secretaria de Estado. O vazamento do boletim e sua publicação na mídia italiana com fotos de cinco funcionários do Vaticano (incluindo o número dois da da Financial Authority) e um monsenhor na Secretaria de Estado tumultuaram o Vaticano.
Giani, que agora renunciou, trabalhou como comandante da Gendarmeria por duas décadas e a serviço de três pontífices. O comunicado do Vaticano informa que a saída do comandante garantirá “a devida serenidade à investigação em andamento” e “pelo amor à Igreja e fidelidade ao Sucessor de Pedro”, diz o comunicado oficial. O Vaticano explicou que Francisco considerou a publicação da ordem confidencial de investigação seriamente prejudicial para “a dignidade das pessoas envolvidas e a imagem da Gendarmeria”.
Segundo o setor de mídia do Vaticano, o papa aceitou a demissão de Giani e conversou “longamente” com ele para expressar “sua apreciação por seu gesto, expressão de liberdade e sensibilidade institucional” e pelo trabalho que ele “realizou com humildade e discrição ao serviço” da Santa Sé.
Já o novo indicado para o posto era o número dois na hierarquia e acompanhou o Papa em inúmeras viagens apostólicas e visitas pastorais. Sua nomeação indica no mínimo que as investigações vão continuar.