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Surto de fraude ameaça bancos no Brasil, EUA, Reino Unido e Alemanha

Da Redação
12/04/2021

Os níveis crescentes de fraude e crime financeiro durante a pandemia ameaçam sobrecarregar os funcionários dos bancos que trabalham em casa com sistemas internos desconexos, de acordo com uma nova pesquisa da FICO. A empresa de análise preditiva encomendou uma pesquisa à Omdia, que ouviu 110 executivos seniores responsáveis pela segurança e combate ao crime financeiro em bancos nos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Alemanha, países nórdicos e Canadá.

No Reino Unido, a grande maioria (79%) dos entrevistados citou o trabalho remoto como tendo impacto “alto” ou “importante” na eficácia de seus esforços de prevenção de crimes financeiros. A falta de recursos para proteção na nuvem para quem trabalha de casa, além de baixos níveis de automação, sistemas inflexíveis e baixos níveis de integração agravaram os desafios de manter os níveis de produtividade em toda a força de trabalho remota, conclui o relatório.

A falta de integração parece ser a chave: metade (49%) dos entrevistados no Reino Unido citaram como um grande desafio ter vários sistemas de software para gerenciamento de fraudes e conformidade com crimes financeiros.

Toby Carlin, diretor sênior de consultoria de fraude da FICO, explica que, embora 80% das funções compartilhadas entre o software de prevenção de fraude e o software antilavagem de dinheiro sejam as mesmas, esses sistemas e as equipes que os operam são quase sempre separados.

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Quase dois terços (64%) dos entrevistados no Reino Unido disseram que essas equipes não se reportam à mesma pessoa no banco. “Assim como a pandemia colocou uma grande pressão sobre o sistema de saúde, ela também colocou uma grande pressão sobre as equipes de gerenciamento de fraudes e crimes financeiros”, explicou Carlin à Infosecurity.

“As equipes que colaboram pessoalmente e trabalham com grandes sistemas de software com acesso restrito descobriram que trabalhar em casa prejudicava sua produtividade. Isso foi agravado conforme o volume de ataques de fraude aumentou”, completou.

Como resultado, 69% das instituições financeiras globais pesquisadas para o relatório agora têm planos de integrar funções ou compartilhar recursos entre conformidade antilavagem de dinheiro e fraude. Metade (50%) disse que o fará dentro de três anos.

As descobertas estão corroboram um relatório da BAE Systems Applied Intelligence publicado no ano passado, que revelou frustração entre a equipe de AML dos bancos sobre tecnologia desatualizada e falta de recursos. Ele também afirma que a maioria dos clientes agora espera que seus bancos façam mais para impedir a lavagem de dinheiro e crimes relacionados. 

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