Depois de prender seu fundador em setembro de 2016, a unidade Argos, da polícia australiana em Queensland, operou durante quase um ano o maior site de pornografia infantil da Dark net, o Childs Play, com o objetivo de prender o maior número de participantes. A revelação foi feita pelo jornal norueguês VG, que descobriu a operação em janeiro deste ano mas manteve sigilo até que fossem feitas as prisões dos principais abusadores. O site operava como fórum com troca de mensagens contendo texto, fotos e vídeos, informou o jornal, e tinha perto de um milhão de usuários registrados, dos quais cerca de quatro mil ativos e cem considerados produtores, que conseguiam e publicavam fotos e vídeos contendo cenas de abuso. A Dark Net é uma da área internet não-mapeada pelos mecanismos de busca, e à qual se tem acesso com browsers e protocolos diferentes dos usuais – entre os quais o Tor.
Foi a segunda operação
Foi a segunda operação desse tipo feita pela polícia australiana. No ano passado, ela já havia operado disfarçada na rede. Foi para prender Richard Huckle, conhecido como o pior pedófilo da Grã-Bretanha, e Shannon McCoole, um funcionário público australiano também acusado de pedofilia. Com a tomada do Childs Play, agora as investigações estão sendo também conduzidas pela Europol e Interpol para deter cidadãos em dezenas de países. O fundador, o canadense Benjamin Faulkner, está agora cumprindo prisão perpétua pelo abuso de uma criança no Estado da Virgínia, no ano passado. O crime foi cometido junto com o americano Patrick Falte.
Para operar o site, a polícia australiana fez postagens com material pornográfico infantil – em vários países isso é proibido até para finalidades como o desta investigação, mas na Austrália não é proibido. As imagens utilizadas foram escolhidas entre aquelas já postadas no fórum pelos participantes.