O Serpro, empresa de tecnologia do governo federal, e o Banrisul, Banco do Estado do Rio Grande do Sul, anunciaram hoje o lançamento de uma rede apoiada em blockchain na tecnologia Hyperledger Besu, conectando as duas organizações. A iniciativa foi concebida para operar em uma infraestrutura da Nuvem de Governo do Serpro, proporcionando um ambiente seguro e escalável para a publicação de contratos em um ambiente de testes, fundamental para a entrada das empresas no ambiente do Drex.
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De acordo com o Banco Central (BC), o Drex é, em síntese, o próprio real: a moeda brasileira em formato digital, com o mesmo valor e aceitação do real tradicional. Vai permitir vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes. Esses serviços financeiros serão liquidados pelos bancos dentro da Plataforma Drex do BC, que utiliza a Tecnologia de Registro Distribuído (Distributed Ledger Technology – DLT), que é a mesma do blockchain.
Hyperledger Besu é a tecnologia escolhida para o piloto do Real Digital e é justamente uma DLT. Pode ser explicada como um formato de livro-contábil digital que registra as transações dos usuários. Foi desenvolvida em 2019 pela Hyperledger, um projeto colaborativo de código aberto da Linux Foundation.
Serpro e Banrisul saem na frente
O superintendente de Inovação Financeira do Banrisul, Humberto Silva, avalia que a integração entre as infraestruturas do banco e do Serpro é um primeiro passo para viabilizar este ambiente de colaboração, com potencial de proporcionar casos de uso realmente inovadores para o mercado. “Pretendemos explorar todas as possibilidades, abrir portas para o desenvolvimento de serviços financeiros mais disruptivos, com uso de smart contracts, e participação de outros entes não-financeiros. O futuro desta parceria é muito promissor. Queremos estimular cada vez mais este ambiente de inovação colaborativa”, celebra Humberto Silva.
“Estamos trabalhando junto com o Banrisul para conhecer a infraestrutura do Drex na prática, testando casos reais. Como o futuro do Drex é baseado na tecnologia Blockchain, em que tudo é garantido por criptografia, a segurança é um item básico e fundamental”, avalia o gestor de Produtos Blockchain no Serpro, Guilherme Funchal.
De acordo com Funchal, o Drex faz parte dos esforços do Banco Central em explorar as tecnologias de Blockchain e moedas digitais soberanas. “A ideia por trás disso é modernizar o sistema financeiro, aumentar a eficiência das transações e inclusão financeira, além de fornecer uma alternativa ao dinheiro físico”, descreve o gestor do Serpro.
“Ao lançar esta rede Blockchain inovadora, estamos pavimentando o caminho para um futuro no qual a tecnologia desempenha um papel central na promoção da transparência, segurança e eficiência em transações financeiras”, acrescenta Funchal. De acordo com ele, este é apenas o começo de uma jornada rumo a um mundo digital mais conectado, ágil e confiável.
Parceria estratégica
“Esta parceria estratégica entre duas entidades líderes em tecnologia, governança e inovação, reflete o compromisso mútuo de buscar soluções de ponta para os desafios do mercado atual”, destaca a diretora de Negócios Econômico-Fazendários do Serpro, Ariadne Fonseca, que ressalta a atuação em sinergia da empresa com a Diretoria de Tecnologia, Inovação e Transformação Digital do Banrisul.
A importante entrega realizada foi planejada como parte do acordo de cooperação entre o Serpro e o Banrisul, oficializado em Brasília em março de 2024. “Este acordo, celebrado com visão de futuro e compromisso com a excelência tecnológica, destaca a determinação de ambas as instituições em impulsionar a transformação digital e criar novas oportunidades para seus clientes e parceiros”, conclui a diretora.