Sequestro de dados atinge prefeituras

Os recentes casos de ciberataques aos sistemas internos das prefeituras de Pratânia (SP) e Japorã (MS) impediram a liberação dos pagamentos de funcionários e fornecedores, causando grandes transtornos. Para que ambos sistemas voltem a funcionar, os criminosos virtuais exigem o pagamento do resgate de dados, algo em torno de 3 mil dólares. Situações como estas ainda são comuns em empresas privadas e públicas no país.

Apenas neste ano, a procura de vítimas de ciberataques por soluções da empresa E-TRUST, líder nacional em segurança da informação, mais do que dobrou. Segundo o CEO da instituição, Dino Schwingel, um dos motivos para o desenfreado crescimento é a mudança na estratégia dos criminosos: diminuíram o valor do resgate e aumentaram os alvos

O aumento significativo de empresas brasileiras que sofreram sequestro de dados confidenciais tem chamado a atenção de empresários e especialistas do setor de segurança da informação em todo o país. Apenas neste ano, a procura de vítimas de ciberataques por soluções da empresa E-TRUST, líder nacional em segurança da informação, mais do que dobrou. Segundo o CEO da instituição, Dino Schwingel, um dos motivos para o desenfreado crescimento é a mudança na estratégia dos criminosos: diminuíram o valor do resgate e aumentaram os alvos.

“Até um ano e meio atrás, os criminosos exigiam valores altos para o resgate de dados, sendo que na maioria das vezes as vítimas não tinham recursos financeiros para ceder à chantagem e arcavam com os transtornos de um sistema bloqueado. Percebendo que estavam perdendo tempo e dinheiro, os hackers começaram a diminuir drasticamente os valores de resgates e a exigir até US$ 200. Então o que antes era prejuízo virou algo lucrativo, porque a vítima passa a ponderar o que é melhor: pagar este valor baixo e recuperar todos os dados ou ter que formatar o computador e perder todas as informações sigilosas”, explica o CEO.

De acordo com recente pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PWC), cerca de 20% das empresas brasileiras apontaram os atos de organizações criminosas como fontes de incidentes de segurança, fazendo com que o Brasil apareça na terceira colocação dos países com maiores índices de sequestro de dados.

Schwingel ressalta que a maneira mais comum da vítima cair no golpe é baixar programas anunciados como ferramenta de segurança, mas que na verdade permite criptografar todas as informações do computador e bloqueá-lo. “O mais importante para as pessoas manterem seus dados e sistemas protegidos é possuir um antivírus e mantê-lo sempre atualizado. A falta de manutenção irá acarretar a não detecção de ameaças”. Algo que também é fundamental para a segurança é realizar cópias de dados confidenciais, os chamados backups, que podem ser feitos em drives externos ou em nuvem.