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Segurança em nuvem enfrenta desafios pela complexidade e shadow IT

A IBM Security divulgou nesta quarta-feira, 17, relatório que examina os principais desafios e ameaças que afetam a segurança na nuvem, destacando que do mesmo modo que novas ferramentas podem ser implementadas na nuvem, de maneira relativamente fácil e rápida, isso também pode dificultar o controle de uso pelas equipes de segurança.

De acordo com dados de pesquisa e análise de estudo de caso da IBM, os problemas básicos de supervisão de segurança, incluindo governança, vulnerabilidades e configurações incorretas, continuam sendo os principais fatores de risco que as organizações devem observar para proteger as operações baseadas na nuvem. A análise de estudo de caso de incidentes de segurança realizada no ano passado também mostrou como os criminosos cibernéticos já estavam mirando ambientes de nuvem com a disseminação de malware personalizado, ransomware e outros.

Com a tendência recente de migração de parte das infraestruturas para a nuvem, principalmente para atender as demandas do trabalho remoto em razão da pandemia de covid-19, o estudo diz que é essencial que as empresas entendam os desafios de segurança impostos por essa transição. Embora a nuvem permita muitos recursos críticos de negócios e tecnologia, a adoção e o gerenciamento ad-hoc dos recursos da nuvem também podem criar complexidade para as equipes de TI e segurança cibernética.

De acordo com a IDC, mais de um terço das empresas adquiriu mais de 30 tipos de serviços em nuvem de 16 fornecedores diferentes somente no ano passado. Esse cenário distribuído pode levar a uma “propriedade” pouco clara da segurança na nuvem, “pontos cegos” da política e o grande potencial de a shadow IT (TI departamental) introduzir vulnerabilidades e configurações incorretas.

Para dar um panorama melhor da nova realidade da segurança, à medida que as empresas adotam ambientes híbridos e com várias nuvens, o IBM Institute for Business Value (IBV) e a IBM X-Force Research examinaram os desafios que impactam operações de segurança na nuvem, bem como as principais ameaças direcionadas aos ambientes em nuvem. Os principais resultados incluem:

Propriedade complexa: 66% dos entrevistados afirmam confiar nos provedores de nuvem em relação à segurança básica. No entanto, a percepção de propriedade da segurança pelos entrevistados variou muito em plataformas e aplicativos em nuvem específicos.

Aplicativos em nuvem abrindo a porta: O caminho mais comum para os criminosos cibernéticos comprometerem os ambientes em nuvem é por meio de aplicativos baseados na nuvem, representando 45% dos incidentes nos estudos de caso da IBM X-Force Research. Nesses casos, os cibercriminosos aproveitaram erros de configuração e vulnerabilidades nos aplicativos, que muitas vezes permanecem sem ser detectados devido à prática dos funcionários de instalar novos aplicativos em nuvem por conta própria, fora dos canais aprovados.

Ataques de amplificação: Embora o roubo de dados tenha sido o principal impacto dos ataques em nuvem estudados, os hackers também direcionaram a nuvem para criptografia e ransomware usando recursos da nuvem para amplificar o efeito desses ataques.

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“A nuvem possui um enorme potencial de eficiência e inovação nos negócios, mas também pode criar um ‘oeste selvagem’ de ambientes mais amplos e distribuídos para as organizações gerenciarem e se protegerem”, diz Abhijit Chakravorty, líder de segurança em nuvem da IBM Security Services.

Segundo ele, quando bem feita, a nuvem pode tornar a segurança escalável e mais adaptável. “Mas, primeiro, as organizações precisam abandonar as premissas herdadas e dinamizar novas abordagens de segurança projetadas especificamente para essa nova fronteira de tecnologia, aproveitando a automação sempre que possível. Isso começa com uma clara imagem das obrigações regulatórias e do mandato de conformidade, além dos desafios de segurança técnicos e orientados por políticas e ameaças externas direcionadas à nuvem”, finaliza.

Quem é o proprietário da segurança na nuvem?

Uma pesquisa do IBM Institute for Business Value constatou que as organizações que dependiam fortemente de provedores de nuvem para responder pela segurança na nuvem, a despeito do fato de que problemas de configuração — que geralmente são de responsabilidade dos usuários — eram os mais frequentemente responsáveis ​​por violações de dados (responsáveis por mais de 85% de todos os registros em 2019).

Além disso, a percepção sobre a propriedade da segurança na nuvem entre as organizações pesquisadas variou amplamente em várias plataformas e aplicativos. Por exemplo, a maioria dos entrevistados (73%) acreditava que os provedores de nuvem pública eram os principais responsáveis ​​por garantir o software como serviço (SaaS), enquanto 42% acreditavam que os provedores eram os principais responsáveis ​​por garantir a infraestrutura de nuvem como serviço (IaaS).

Embora esse tipo de modelo de responsabilidade compartilhada seja necessário para a nuvem híbrida, com várias nuvens, também pode levar a políticas de segurança variáveis ​​e falta de visibilidade nos ambientes em nuvem. As organizações capazes de otimizar as operações de nuvem e segurança podem ajudar a reduzir esse risco por meio de políticas claramente definidas que se aplicam a todo o ambiente de TI.

Principais ameaças na nuvem

Para se ter uma ideia melhor dos ataques direcionados aos ambientes de nuvem, os especialistas em resposta a incidentes da X-Force realizaram uma análise aprofundada dos casos relacionados à nuvem aos quais a equipe respondeu no ano passado. A análise constatou:

Criminosos cibernéticos na liderança: Os cibercriminosos motivados por ganhos financeiros formavam o grupo de ameaças mais comumente observado, direcionando-se para os ambientes de nuvem.

Exploração de aplicativos em nuvem: O ponto de entrada mais comum para os invasores foram os aplicativos em nuvem, e incluíam táticas como força bruta, exploração de vulnerabilidades e configurações incorretas. As vulnerabilidades geralmente permanecem não detectadas devido à “shadow IT”, quando um funcionário sai dos canais aprovados e cria um aplicativo vulnerável em nuvem. O gerenciamento de vulnerabilidades na nuvem pode ser desafiador, pois permaneceram fora do escopo das CVEs tradicionais até este ano.

Ransomware na nuvem: O ransomware foi usado três vezes mais do que qualquer outro tipo de malware em ambientes de nuvem nos casos de resposta a incidentes da IBM, seguido por mineradores de criptomoedas e botnets.

Roubo de dados: Fora a implantação de malware, o roubo de dados foi a atividade mais comum que a IBM observou em ambientes de nuvem violados no último ano, desde informações de identificação pessoal até e-mails relacionados ao cliente.

Retornos exponenciais: Os operadores de ameaças usaram os recursos da nuvem para amplificar o efeito de ataques como criptografia e de negação de serviço (DDoS – Distributed Denial of Service). Além disso, os grupos de ameaças usaram a nuvem para hospedar sua infraestrutura e operações maliciosas, adicionando escala e uma camada adicional de ofuscação para permanecerem sem ser detectadas.

“Com base nas tendências de nossos casos de resposta a incidentes, é provável que os malwares direcionados à nuvem continuem a se expandir e evoluir à medida que a adoção da nuvem aumentar”, disse Charles DeBeck, da IBM X-Force. “Nossa equipe observou que os desenvolvedores de vírus já começaram a fabricar malware que desativa produtos de segurança em nuvem e a projetar malware que tira proveito da escala e agilidade oferecida pela nuvem”, finaliza.