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Risco piorou saúde mental em 66% dos profissionais de TI

Da Redação
29/05/2024

Além de terem de lidar com cenários mais críticos em segurança digital, necessidade de treinar mão de obra diante de escassez de especialistas lidera lista de geradores de stress

O cenário crescente de ataques cibernéticos, aliado a soluções inadequadas de segurança cibernética e à escassez de profissionais experientes, está cobrando seu preço na saúde mental dos especialistas de TI. Um estudo da ManageEngine, divisão da Zoho Corporation e uma das principais fornecedoras globais de soluções de gerenciamento de TI empresarial, revelou que mais de 66,3% dos profissionais brasileiros do setor tiveram aumento no nível de stress ao longo dos últimos anos.

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O total nacional, aliás, está acima da média global, de 63,8%, e é o maior registrado em toda a América Latina. Abaixo do Brasil, por exemplo, estão Argentina e Colômbia, com 65,3% e 65,1% dos profissionais relatando aumento no nível de stress, enquanto o menor índice registrado na pesquisa foi o do México, com 52,8%.

55,3% dos participantes brasileiros da pesquisa apontaram o aumento no número de de problemas de segurança, como ataques, alertas e patches de correção a serem aplicados como principal motivador desse aumento de pressão. Contudo, outros fatores como a falta de profissionais experientes e soluções inadequadas de cibersegurança, são o segundo e terceiro maiores contribuintes para o aumento dos níveis de stress.

Para Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine no Brasil, o cuidado com a saúde mental dos profissionais deve ser parte central da estratégia de defesa das corporações. “É preciso atenção ao nível de stress ao qual os trabalhadores são submetidos diariamente, já que podem existir impactos na produtividade e eficiência que comprometem a segurança como um todo.” 

A aplicação de inteligência artificial no setor surge com importância cada vez maior para os profissionais responsáveis pela defesa. Enquanto 97% dos especialistas do setor apontam que esta tecnologia será essencial na proteção dos sistemas, quase 40% indicam que todas as suas soluções de cibersegurança utilizarão IA em 2024.

Para Tonimar, a implementação de IA e novas soluções de proteção caminha lado a lado com a qualidade de vida dos trabalhadores. “As empresas estão cada vez mais conscientes do desafio em garantir ambientes de trabalho seguros. A saúde mental dos funcionários não é um aspecto tecnológico em si, mas é igualmente importante nessa jornada”, afirma.

Capacitação dos colaboradores é fundamental para as organizações brasileiras

No mercado atual, é quase desnecessário dizer que o treinamento inadequado em segurança cibernética dos funcionários pode colocar em risco toda a infraestrutura corporativa. A pesquisa corrobora esta afirmação com 53,5% dos participantes atribuindo ameaças à segurança aos deslizes dos funcionários. Esse aspecto inclui ataques de phishing, downloads de malware, acesso a sites não confiáveis ou aberturas em políticas de segurança.

Há, porém, uma noção de que a educação é o caminho para evitar isso. 74,8% dos profissionais de TI consultados pela ManageEngine afirmaram que novos funcionários que não receberam treinamento representam riscos de segurança significativos para sua empresa. Essa etapa (treinamento em segurança cibernética) está ocorrendo no primeiro mês de contratação em 84,1% das corporações brasileiras. 

“O cenário de cibersegurança está em evolução no Brasil. Na medida em que as empresas enfrentam maiores riscos, também demonstram compromisso em melhorar a postura”, completa o executivo. “As ameaças continuam a evoluir, mas as empresas brasileiras também se sentem mais preparadas para aproveitar soluções inovadoras para proteger seus ativos digitais e mitigar riscos de forma eficaz.”

Metodologia

A pesquisa, encomendada pela ManageEngine e conduzida pela Dimensional Research, abrangeu quatro países da América Latina: Brasil, Argentina, Colômbia e México. O estudo entrevistou 705 profissionais de cibersegurança e líderes de TI que trabalham em organizações que variam de pequenas empresas a grandes corporações. Seu objetivo foi investigar os principais desafios de cibersegurança enfrentados pelas empresas e explorar como a inteligência artificial impacta seus esforços para detectar e prevenir ciberataques. Outros tópicos da pesquisa incluíram o treinamento das equipes responsáveis pela cibersegurança e a resiliência das empresas ao enfrentarem ataques. A pesquisa foi conduzida por meio de um painel online em janeiro de 2024.

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