Os números estão no Relatório de crimes na Internet de 2019. O último ano registrou o maior número de reclamações e o maior volume de perdas em dólares desde a criação do IC3 em maio do ano 2000
O número de crimes e de fraudes via Internet não dá sinais de recuo, indicam dados divulgados pelo Internet Crime Complaint Center (IC3) do FBI. Os números estão no Relatório de crimes na Internet de 2019, relativos aos Estados Unidos. O último ano registrou o maior número de reclamações e o maior volume de perdas em dólares desde a criação do IC3 em maio do ano 2000.
Em 2019, o IC3 recebeu 467.361 reclamações – quase 1.300 por dia, em média -, que representaram mais de US$ 3,5 bilhões em perdas para vítimas individuais e empresariais. As queixas relatadas com mais frequência foram phishing e manobras semelhantes, calotes, falta de entrega de mercadorias ou serviços e extorsão. As reclamações mais caras do ponto de vista financeiro envolviam comprometimento por e-mail comercial , fraude de romance ou confiança e falsificação ou imitação da conta de uma pessoa ou fornecedor conhecido pela vítima para coletar informações pessoais ou financeiras.
Donna Gregory, chefe do IC3, disse que em 2019 o centro não viu um aumento nos novos tipos de fraude, mas viu criminosos empregando novas táticas e técnicas para realizar golpes que já existem. “Os criminosos estão ficando tão sofisticados…Está ficando cada vez mais difícil para as vítimas diferenciarem o real do falso”, disse a chefe do setor.
O golpe de BEC ou business e-mail compromise (Comprometimento de email comercial tem sido, segundo ela, uma grande preocupação. Em 2019, o IC3 registrou 23.775 reclamações de BEC, que resultaram em mais de US $ 1,7 bilhão em perdas. Esses golpes geralmente envolvem falsificação ou imitação de um endereço de email legítimo. Por exemplo, um indivíduo receber uma mensagem que parece ser de um executivo de sua empresa ou de uma empresa com a qual a sua tenha um relacionamento. O e-mail solicitará um pagamento, transferência bancária ou compra de vale-presente que pareça legítima, mas na verdade direciona dinheiro diretamente para um criminoso.
Embora o e-mail ainda seja um ponto de entrada comum, as fraudes também começam em mensagens de texto – um crime chamado smishing – ou até sites falsos – uma tática chamada pharming. “Você pode receber uma mensagem de texto que parece ser do seu banco, solicitando que você verifique as informações da sua conta”, disse Gregory. “Ou você pode até pesquisar um serviço on-line e, inadvertidamente, acabar em um site fraudulento que pega as informações sobre seu banco ou sobre o seu cartão de crédito. As pessoas precisam ser extremamente céticas e checar tudo”, enfatizou Gregory. “Da mesma forma que suas contas bancárias e on-line começaram a exigir autenticação de dois fatores – aplique isso à sua vida”, disse ela. “Verifique as solicitações pessoalmente ou por telefone, verifique os endereços da Web e de email e não siga os links fornecidos em nenhuma mensagem.”