O secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, anunciou na manhã de hoje um investimento de £ 1 bilhão do Ministério da Defesa em uma “Digital Targeting Web” (uma rede que localiza alvos digitais) e o estabelecimento de um Comando Cibernético e Eletromagnético dedicado, como parte da Revisão Estratégica de Defesa (SDR). O anúncio, feito durante a visita de Healey ao quartel-general cibernético do exército do Reino Unido. O anúncio marca uma mudança significativa na política de defesa britânica, integrando lições da guerra na Ucrânia para modernizar a maneira como as Forças Armadas detectam, rastreiam e neutralizam ameaças em terra, mar, ar, espaço e ciberespaço.
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“As formas de guerra estão mudando rapidamente – com o Reino Unido enfrentando ataques cibernéticos diários nesta nova linha de frente”, disse Healey. “Daremos às nossas Forças Armadas a capacidade de agir em velocidades nunca vistas antes – conectando navios, aeronaves, tanques e operadores para que possam compartilhar informações vitais instantaneamente e atacar mais longe e mais rápido.” A Rede de Alvos Digitais permitirá decisões rápidas e integradas no campo de batalha, conectando sensores e atiradores em diferentes domínios. Por exemplo, uma ameaça detectada por um sensor naval ou espacial pode ser neutralizada por um F-35, um drone ou um ativo cibernético em segundos, informoo o Ministério.
Antes da publicação da revisão estratégica do país na próxima semana, o Secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, afirmou que o Reino Unido intensificará seus ataques cibernéticos ofensivos contra países como Rússia e China porque “o teclado agora é uma arma de guerra”, acrescentando que o novo comando cibernético do Reino Unido coordenará essas capacidades digitais ofensivas. As operações ofensivas podem envolver a invasão de sistemas de computador para interromper a capacidade do inimigo de lançar ataques convencionais e disseminar propaganda online.
O Ministério da Defesa enfrentou 90.000 ataques cibernéticos de “fontes ligadas a Estados” nos últimos dois anos, disseram chefes militares durante a visita ao comando cibernético no MoD Corsham, em . O número é o dobro do registrado nos dois anos anteriores.
Healey disse: “Este é um nível de guerra cibernética contínuo e crescente. Isso exige que aumentemos nossa capacidade de defesa contra ele.”
Ele não chegou a admitir que o Reino Unido estava travando uma guerra cibernética com a Rússia, mas afirmou que “a intensidade dos ataques cibernéticos que estamos presenciando da Rússia está aumentando” e que “este é um nível de guerra cibernética contínuo e crescente”.
A revisão da defesa, que levou quase um ano para ser concluída, será publicada na segunda-feira. Sir Keir Starmer deverá delinear as ameaças que o Reino Unido enfrenta e como as Forças Armadas serão modernizadas para enfrentá-las. Ao contrário de revisões anteriores, os chefes militares foram impedidos de discutir o assunto em público. Uma parte dela deverá se concentrar na autonomia e no ciberespaço, bem como em planos para uma abordagem mais integrada entre as três forças.
A revisão apontará que os ataques cibernéticos diários estão “ameaçando os fundamentos da economia e da vida cotidiana”.