Nos três primeiros meses de 2025, os ataques de ransomware (sequestro de dados) tiveram um impressionante aumento de 110% em relação ao mesmo período no ano passado. É o que revela um levantamento da ISH Tecnologia, principal companhia nacional de cibersegurança – ao todo, foram 2062 incidentes, o que também aponta para uma alta de 132% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
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O material da ISH também alerta para uma prática cada vez mais comum no meio: o modelo Ransomware-as-a-Service (Ransomware como serviço – RaaS). Nele, as particularidades técnicas do ransomware são criadas por um grupo, e então revendidas a outros criminosos interessados – com uma fatia do valor de pagamento para retorno dos dados ficando como “taxa”. “Esse modelo é especialmente perigoso pois tira dos criminosos a necessidade do conhecimento técnico para realizar um ataque de ransomware – o que permite uma massificação desses incidentes”, explica Ismael Rocha, especialista em inteligência de ameaças da ISH.
O material da ISH, que é coletado a partir dos scripts dos sites DLS dos ransomwares, que são os sites onde as vítimas são anunciadas, também revela quais são os países mais atingidos, e quais grupos criminosos foram mais proeminentes nos três primeiros meses do ano.
Com mais da metade dos ataques sofridos (55,7%), os Estados Unidos são, disparadamente, o país mais atingido do mundo. O Brasil vem em 6°, atrás também de Canadá, Reino Unido, Alemanha e França. Para Ismael, os dados ajudam a ilustrar como nosso País segue sendo um dos alvos preferidos dos cibercriminosos. “Isso se deve não só a nossa densidade populacional, como a pouca educação que muitos ainda têm em relação aos cuidados com a segurança cibernética. Países mais populosos que o Brasil não apresentam números como os nossos, o que também reforça como somos um alvo visado.”
Em relação aos grupos, há uma divisão um pouco maior entre os principais. A organização conhecida como Clop lidera a estatística, assumindo a autoria de 18,6% dos ataques, seguida de perto por Ransomhub (11%) e Akira (10%). Outros grupos, como Qilin e Lynx, também se destacam pelo seu envolvimento em incidentes no primeiro trimestre do ano.