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Quais países correm mais (e menos) riscos cibernéticos?

Da Redação
15/11/2021

O mundo hoje enfrenta uma enorme gama de ameaças cibernéticas, mas os riscos aos quais os usuários da internet estão expostos variam de país para país. Naqueles em que há uma forte legislação contra crimes cibernéticos e programas de segurança da informação amplamente implementados os riscos são significativamente menores do que nos países cujas políticas são falhas ou inexistentes.

Para mostrar como as ameaças se diferem em todo o mundo e classificar os países que correm mais ou menos riscos cibernéticos, a empresa de segurança SEON compilou dados de uma variedade de índices e indicadores de segurança cibernética. O levantamento mostra que a segurança para usuários da internet é mais forte na Dinamarca, onde as pessoas são protegidas contra crimes cibernéticos por meio de legislação forte e o uso tecnologias de segurança é bastante avançado. De acordo com o ranking, o país nórdico é seguido, pela ordem, pela Alemanha e pelos Estados Unidos.

Para chegar ao seu Índice Global de Segurança Cibernética, a SEON primeiro coletou dados do Índice Nacional de Segurança Cibernética (NCSI), que classifica todos os países com base na força de suas medidas de segurança cibernética. A empresa então coletou dados de uma classificação semelhante, o Índice Global de Segurança Cibernética 2020, que também classificou os países com base em suas respectivas práticas de cibersegurança. Os dados de ambas as fontes usam critérios diferentes para classificar cada país.

A SEON também utilizou o Índice Basel AML 9ª Edição, que classifica os países com base no risco de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo. Essa atividade ilegal é mais comumente realizada digitalmente, por isso é um bom indicador de quão bem policiada e segura é a internet em cada país.

Para chegar à sua classificação geral, a empresa também levou em consideração o Índice de Exposição de Segurança Cibernética (CEI) 2020, que mede a situação de risco dos usuários de internet em cada país. Além desses vários índices, a SEON analisou a força da legislação de crimes cibernéticos em cada país.

“Atribuímos a cada país um ponto para cada parte da legislação e meio ponto se a legislação estivesse apenas em formato de rascunho. Em seguida, adicionamos um ponto extra para cada categoria regulatória abrangida, incluindo, assim, a cobertura da legislação como parte do processo de pontuação. As pontuações de todos esses fatores foram convertidas em uma pontuação única e igualmente ponderada em um escore máximo até 10”, diz Gergo Varga, autor do relatório.

Desse modo, a Dinamarca obteve pontuação geral de cibersegurança de 8,91, tendo um desempenho particularmente bom no Índice de Exposição de Cibersegurança, onde atingiu escore de apenas 0,117, o menor entre todos os países. Já a Alemanha obteve pontuação de segurança cibernética de 8,76, enquanto os EUA tiveram avaliação de 8,73. A classificação relativamente alta geral dos EUA deveu-se em parte à sua pontuação no primeiro lugar no Índice Global de Cibersegurança, ao mesmo tempo em que se classificou bem em termos de exposição geral à segurança cibernética e por possuir uma forte legislação.

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Outros países que chegaram ao top 10 dos países mais seguros foram, pela ordem de classificação, Noruega, Reino Unido, Canadá, Suécia, Austrália, Japão e Holanda.

Na faixa intermediária do ranking figuram vários países da América Latina. O mais bem colocado nesse rol é o Chile, que o ocupa a 32ª colocação com pontuação de 6,53. Logo em seguida, aparece o Brasil, 35ª posição, com pontuação de 6,53 e escore de 0,541 no Índice de Exposição de Cibersegurança. Em seguida, pela ordem, estão o Uruguai, Argentina e Colômbia. 

No outro extremo da escala estão os países que oferecem menos proteção contra o crime cibernético. Esses países têm legislações muito fracas em relação ao crime cibernético ou até mesmo nenhuma lei, e, portanto, carregam o maior risco para as transações que envolvem informações pessoais, destaca o relatório da SEON.

O país com a pior classificação em segurança na internet foi Mianmar, marcando apenas 2,22 no Índice Global de Segurança Cibernética. O país do sudeste asiático teve pontuação baixa em todos os quesitos, especialmente em termos de legislação, já que quase nenhuma foi promulgada para colocar barreiras no caminho dos cibercriminosos.

Em seguida a Mianmar vem o Camboja com uma pontuação de segurança cibernética de 2,67, a segunda pior pontuação geral no ranking. O Camboja tem um desempenho ligeiramente melhor do que Mianmar em todas as métricas, exceto o Índice de Cibersegurança Global. Honduras ficou em terceiro lugar com uma pontuação de 3,13. O país centro-americano obteve a pontuação mais baixa no Índice Global de Cibersegurança do que qualquer outro do estudo, enquanto o desempenho foi ruim em todas as outras áreas. No entanto, Honduras tem um desempenho duas vezes melhor que Mianmar e o Camboja em termos de legislação anticrime cibernético.

Os outros países da lista dos que mais correm risco de sofrer ameaças cibernéticas são — do maior risco para o menor: Bolívia, Mongólia, Argélia, Zimbábue, Nicarágua, Bósnia-Herzegovina e El Salvador.

Formas mais comuns de crime cibernético

O relatório SEON também se concentrou nos crimes cibernéticos mais comuns relatados em 2020. Ele afirma que os e-mails de phishing e pharming são a principal ameaça online aos usuários da Internet nos Estados Unidos, respondendo por 32,9% de todos os crimes cibernéticos relatados no país em 2020. Phishing e pharming (tipo de crime virtual muito parecido com o phishing, em que o tráfego de um site é manipulado e informações confidenciais são roubadas) referem-se a prática fraudulenta de induzir as pessoas a revelar informações pessoais, como senhas, detalhes de login e números de cartão de crédito.

O segundo tipo mais comum de crime cibernético foi o não pagamento e não entrega, que foi relatado 108.869 vezes e representou 14,9% dos crimes cibernéticos nos EUA. O não pagamento refere-se a um comprador que não paga pelos bens ou serviços recebidos, enquanto a não entrega se refere à não entrega dos bens ou serviços pelos quais foram pagos.

A extorsão é a terceira forma mais comum de crime cibernético, com 76.741 incidentes relatados em 2020 nos EUA, refletindo 10,4% de todos os crimes cibernéticos no país. A extorsão assume várias formas, sendo a mais comum a utilização de ransomware para apreender o acesso a ficheiros e dispositivos, seguida de procura de dinheiro, criptomoeda, cartões de oferta ou qualquer outra forma de pagamento.

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