
A polícia civil do Distrito Federal começou a cumprir ontem 11 mandatos de prisão e 18 de busca e apreensão emitidos pela 8ª Vara Criminal de Brasília, principalmente contra diretores e funcionários da empresa Wall Street, sediada na cidade de Vicente Pires. Eles são acusados de organizar e operar uma pirâmide financeira, prometendo às vítimas elevados ganhos na mineração da moeda virtual (ou criptomoeda) Kriptacoin. A Internet tem uma grande variedade de moedas desse tipo, das quais a mais famosa é o Bitcoin. Mas o Kriptacoin não faz parte da lista: a polícia garante que só existia nas conversas dos vendedores da Wall Street para captar investidores dispostos a apostar R$ 1 mil 3 mil e 21 mil na operação, com a promessa de ganhos espetaculares diariamente.
Os policiais calculam que desde 2013, quando a empresa foi aberta, cerca de 40 mil pessoas caíram na arapuca e perderam cerca de R$ 250 milhões. Os diretores usaram o dinheiro inclusive para comprar carros das marcas Porsche, Ferrari e Lamborghini. Três diretores foram presos e sete carros apreendidos. Eles têm passagens pela polícia por 12 motivos diferentes, entre os quais porte ilegal de arma de fogo. O golpe atraiu gente interessada em fazer suas economias crescerem rapidamente: a Wall Street prometia ganhos de 1% ao dia independente da cotação da moeda.
Moedas para tudo
As criptomoedas atraem a atenção da comunidade de segurança da informação porque podem ser utilizadas por cibercriminosos para nas transações financeiras relacionadas a produtos ou serviços. A principal vantagem que eles encontram é que essas moedas oferecem anonimato nas transações: não se sabe quem pagou e quem recebeu.