Uma pesquisa da Talion revela que 78% dos consumidores do Reino Unido e 79% dos profissionais de segurança defendem que os pagamentos de resgate a grupos que operam ransomware deveriam ser proibidos por lei. Alguns especialistas em segurança cibernética culpam, inclusive, a venda de apólices de seguro cibernético que, segundo eles, acabam efetivamente financiando esses grupos e encorajando mais pessoas mal-intencionadas a ingressar no cibercrime de ransomware.
Recentemente, veio à tona que as vítimas corporativas que pagam resgate podem até deduzir as quantias desembolsadas em suas declarações de imposto de renda nos Estados Unidos, o que é outro forte incentivo para que empresas paguem cibercriminosos já no primeiro pedido de resgate. Já na França, a companhia de seguros AXA disse recentemente que não reembolsaria segurados por pagamento de resgate de ransomware.
A pesquisa da Talion foi realizada para divulgar uma nova iniciativa chamada #RansomAware apoiada pelo Instituto de Pesquisa para Segurança Cibernética Sociotécnica (RISCS, na sigla em inglês), que visa encorajar as organizações a divulgarem os ataques.
Em entrevista à Infosecurity, o ex-CEO do National Cyber Security Center (NCSC), Ciaran Martin, agora professor da Escola de Governo Blavatnik, saudou a iniciativa. “Precisamos examinar todos os diferentes motivos pelos quais o ransomware está causando tantos danos”, disse.
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Segundo ele, isso inclui lidar com questões difíceis como os fluxos de dinheiro, incluindo examinar seriamente as proibições de pagamento. “Mas precisamos oferecer mais apoio às vítimas também e ajudá-las a se protegerem em primeiro lugar.”
O estudo Talion revela que 81% dos profissionais de segurança acreditam que o compartilhamento de informações entre as organizações vítimas de ataques é a chave para construir melhores defesas contra ransomware.
Para se ter uma ideia da dimensão dos ataques de ransomware, outra pesquisa, esta da Mandiant, constatou um aumento de 422% no número de organizações vítimas anunciadas por grupos de ransomware em seus sites de vazamento entre o primeiro trimestre de 2020 e o e o mesmo período deste ano. Isso totalizou mais de 600 organizações europeias, sendo as mais afetadas as empresas de manufatura, serviços jurídicos e profissionais e varejo.