Em Fevereiro de 2019, hackers fizeram transferências de 13 milhões de Euros para bancos da Grã-Bretanha, Estados Unidos, República Tcheca e Hong Kong
A polícia do Reino Unido prendeu ao final da semana passada três homens que podem estar ligados ao roubo de 13 milhões de Euros (US $ 14,7 milhões) do Bank of Valletta, de Malta, por meio de transferências eletrônicas em equipamento infiltrado por hackers. Um dos presos (foto) mora na cidade de Belfast, Irlanda do Norte. O homem, de 39 anos, foi preso por suspeita de lavagem de dinheiro, fraude e roubo. Dois outros, de 22 e 17 anos, foram presos nas áreas de West Hampstead e Ladbroke Grove, em Londres, em 23 de janeiro, enquanto um quarto homem foi entrevistado por precaução mas não detido.
O roubo aconteceu em 13 de Fevereiro do ano passado e uma das transferências, no valor de 800 mil Libras, foi feita para uma conta em Belfast. “Nas horas seguintes, vários pagamentos com cartão e saques em dinheiro totalizando 340 mil Libras foram feitos utilizando essa conta, até que um bloqueio pudesse ser aplicado pelo banco”, explicou um porta-voz da Polícia. Segundo o policial, “isso incluiu pagamentos a lojas sofisticadas como Harrods e Selfridges em Londres, cerca de 110.000 libras em relógios Rolex em uma loja de Londres e pagamentos por um Jaguar e um Audi A5 de uma revenda de automóveis”.
O ataque em 13 de Fevereiro de 2019 foi descoberto logo no início do expediente do banco, que responde por mais de metade das transações bancárias da ilha de Malta. Por medida de segurança, o banco teve de encerrar todas as suas operações nesse dia – agências, caixas eletrônicos, home e internet banking. Tudo. Na época, o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, disse ao parlamento do País que o ataque cibernético envolveu transferências para bancos na Grã-Bretanha, Estados Unidos, República Tcheca e Hong Kong. Elas foram rastreadas e o Banco de Valletta passou a tentar reverter as transações fraudulentas. As agências de notícias não informam se os valores foram recuperados.
Muscat disse que o fato de uma importante instituição financeira ter saído do ar impactou a economia de Malta e causou problemas no exterior para os titulares de cartão de crédito que precisavam fazer pagamentos em viagens. Para contornar o problema, o banco fez acordos alternativos com as empresas de cartão. O Banco de Valletta retomou suas operações gradualmente. O primeiro ministro assegurou que os fundos dos depositantes não haviam sido afetados. “O dinheiro não veio das contas das pessoas e os valores foram rastreados”, afirmou. O banco informou aos clientes que suas contas e fundos “de maneira alguma foram impactados ou comprometidos”. Anteriormente, bancos malteses sofreram ataques cibernéticos, mas foi a primeira vez que um deles teve de encerrar as suas operações para se defender.
Com agências internacionais