A Europol, serviço europeu de polícia incumbido do tratamento e intercâmbio de informação criminal, afirma ter ajudado a desmantelar uma organização criminosa que fraudou bancos nos Estados Unidos em cerca de € 12 milhões (o equivalente a US$ 14,4 milhões). A operação teve como base um vazamento de dados da Rede de Execução de Crimes Financeiros dos EUA (FinCEN) no ano passado, que revelou cerca de US$ 2 trilhões em atividades globais de lavagem de dinheiro.
Em um único dia de outubro do ano passado, uma equipe internacional de polícia liderada pela Polícia Nacional Espanhola (Policía Nacional) e o serviço secreto dos EUA realizaram 40 buscas a domicílios, prenderam 37 suspeitos e apreenderam 13 carros de luxo. Como resultado da Operação Secreto, eles também congelaram 87 contas bancárias com um total de € 1,3 milhão (o equivalente a 1,6 milhão de libras esterlinas).
O esquema, planejado principalmente por cidadãos gregos, envolvia a criação de empresas de fachada nos EUA com contas bancárias e cartões associados. Os varejistas espanhóis envolvidos no esquema estariam à frente das linhas de crédito dos cartões emitidos antes de lavar os fundos por meio de outras contas em vários países europeus.
Veja isso
Europol anuncia desarticulação final da botnet Emotet
Europol aponta Ransomware como pior ameaça cibernética
Mais de 50 bancos americanos foram fraudados desta forma, de acordo com a Europol, que coordenou a operação com ajuda adicional da polícia da Áustria, Dinamarca e Grécia, bem como do Departamento de Justiça dos EUA e da Rede de Execução de Crimes Financeiros dos EUA (FinCEN).
A Europol facilitou o intercâmbio de informações, a coordenação operacional e forneceu apoio analítico para esta investigação de oito meses. Durante a operação, a Europol criou um centro de coordenação na sua sede com a utilização de um posto de comando virtual para permitir aos oficiais de ligação dos países envolvidos, peritos do serviço europeu de polícia e um representante da Eurojust para coordenar as atividades operacionais. A Europol também enviou um analista à Grécia para fornecer apoio analítico em tempo real aos investigadores no terreno.
No total, a operação resultou em 88 buscas domiciliares, 105 prisões, apreensão de 14 carros de luxo e € 406 mil em dinheiro, além do congelamento de contas bancárias já mencionadas.
Os pesquisadores consideram que os cerca de US$ 2 trilhões de lavagem de dinheiro, a partir de de dados do FinCEN, são apenas a ponta do iceberg.