Pesquisa mostra como o cibercrime evoluiu em cinco anos

Da Redação
08/06/2020

Seis anos atrás, em Maio de 2014, um post publicado por um líder de cibercrime oferecia uma Ferrari ou um porsche ao desenvolvedor que desenvolvesse um malware extraordinário. Não se sabe se o prêmio foi entregue ou não, mas ele dimensiona um pouco o volume de dinheiro e a lucratividade do cibercrime já naquela época. Agora, ha muito mais cibercriminosos e as autoridades calculam que essas atividades movimentam perto de US$ 1 trilhão anualmente.

Numa pesquisa publicada no final da semana passada, a Trend Micro deduz que parte desse sucesso se deve à capacidade dos cibercriminosos em evoluir e mudar à medida em que o cenário da cibersegurança também muda. Em suas observações dos últimos cinco anos, a empresa afirma que houve grande mudança do cibercrime para novas plataformas, canais de comunicação, produtos e serviços, “à medida em que a confiança na dark web diminui e surgem novas demandas do mercado”. A empresa acredita que a pandemia atual “crie mais uma evolução, pois os cibercriminosos procuram tirar proveito de novas maneiras de trabalhar e de vulnerabilidades sistêmicas”.

Nessa pesquisa, chamada “Shifts in the Cybercriminal Underground Markets”, há um registro do progresso do crime cibernético nos últimos cinco anos, feita com base na análise de fóruns, mercados e sites da dark web. O estudo indica que em muitas áreas de produtos, o custo dos itens diminuiu à medida em que se tornam “commodities”: em 2015, era normal pagar US$ 1.000 por mês para serviços de criptografia; hoje os mesmos serviços podem custar US$ 20.

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Em outras áreas, como a de botnets para IoT, propaganda cibernética e roubo de credenciais de jogos, os preços são altos porque novos produtos geram uma demanda crescente. Os logins do game Fortnite, por exemplo, podem chegar à média de US$ 1.000.

Com o combate ao cibercrime e todo o mundo, os cibercriminosos foram forçados a tomar medidas como, por exemplo, usar o mensageiro Discord, o mais usado na comunicação dos gamers, para organizar negociações; e a plataforma de comércio eletrônico Shoppy.gg para vender itens. Um novo site chamado DarkNet Trust foi criado para enfrentar a falta de confiança na dark web: visa verificar a reputação dos fornecedores de crimes cibernéticos, analisando seus nomes de usuário e fingerprints PGP.

Como o crime cibernético não pára, num futuro muito próximo haverá uma série de novas ferramentas e técnicas inundando lojas e fóruns da dark web, afirma o relatório da Trend Micro. A empresa acredita que a IA estará no centro das novidades mudanças: assim como é usada para cibersegurança, poderá estar sendo implantada em bots projetados para prever – por exemplo – padrões de acerto em sites de apostas. Ou poderá ser usada em serviços de deepfake, desenvolvidos para fraudar os sistemas de identificação com foto – ou lançar campanhas de sextortion contra pessoas.

Com agências internacionais

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