Victoria Baines, professora da Universidade de Oxford, e Rik Ferguson, especialista em segurança da informação da Trend Micro, publicaram na conferência RSA, em curso esta semana, um inquietante estudo sobre tendências em cibersegurança que indicam uma elevação extrema do risco cibernético para todos. Os ataques cibernéticos envolverão também a perda de pessoas, não somente de dados. Em 2030, os estados começarão a se atacar no ciberespaço por engano e sem intervenção humana. O software malicioso aprenderá novos truques e será capaz de se adaptar a novas situações. Algoritmos, e não pessoas, conduzirão ataques de engenharia social, envolvendo-se em conversas online com vítimas em potencial, a fim de enganá-las para obter dinheiro ou informações valiosas.
A pesquisa, chamada “Scenarios for the Future of Cybersecurity”, faz Parte do Project 2030, iniciativa de pesquisa da Trend Micro, e indica que o cibercrime passará a ser cometido por meio de sistemas inteligentes e de autoaprendizagem, extremamente difíceis de bloquear e combater.
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Os pesquisadores preveem que a luta contra o crime cibernético envolverá a luta contra robôs implacáveis, inteligentes e adaptáveis. À medida em que as tarefas repetitivas se tornam mais automatizadas, os cibercriminosos permitirão que os programas de computador busquem novas vítimas. “Todas as organizações e setores da sociedade usarão ferramentas de inteligência artificial. O mesmo vale para os atacantes, sejam eles indivíduos, empresas criminosas ou Estados-nação”, alertam os pesquisadores no relatório.
Os autores do estudo observam que os eventos descritos no estudo não ocorrerão necessariamente em todo o mundo, mas serão possíveis em algumas partes dele. Já que em 2030, o dia a dia dependerá da tecnologia para tudo, todos os aspectos da vida podem ser comprometidos, o que por sua vez pode levar à perda de vidas, dizem os pesquisadores. Os criminosos poderão alterar a formulação de medicamentos fornecidos automaticamente por implantes médicos, modificar informações que vão para lentes de contato inteligentes ou implantes neurais e até mesmo reprogramar as funções de navegação de carros. Os Estados usarão inteligência artificial para se defender e atacar os outros.
Com agências de notícias internacionais