O JP Morgan prevê que a inteligência artificial (IA) terá papel fundamental na redução dos crimes financeiros, tais como lavagem de dinheiro, violações regulatórias, fraudes e roubo cibernético. Estimativas apontam que, considerando todos os setores da economia, os crimes financeiros custaram às empresas e organizações US$ 1,45 trilhão globalmente em 2019, sendo que o cibercrime e a fraude foram as atividades mais comuns.
A análise sobre a importância da IA para coibir esses crimes foi feita na segunda-feira, 10, pela chefe de pesquisas em IA do JP Morgan, Manuela Veloso, durante evento promovido pelo Scoop News Group. “Existe esse conceito de valores para IA”, disse Manuela que, além do JP Morgan, trabalhou como professora na escola de ciência da computação da Universidade de Carnegie Mellon, na Pensilvânia, EUA. “Primeiro, queremos que a IA seja capaz de erradicar o crime financeiro”, pontificou.
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Além do roubo de dinheiro, os cibercriminosos violam a lei de outras maneiras que podem ser categorizadas como crimes financeiros. Em abril, as autoridades dos EUA prenderam um suposto operador de um serviço de ocultação de criptomoeda popular em mercados dark web, acusando-o de lavagem de dinheiro. “Porém, a recuperação dos valores não garante por si só o sucesso da IA em áreas relacionadas ao ciberespaço”, disse Manuela.
“Às vezes, esse roteador de IA de e-mails cria coisas que não estão corretas”, acrescentou ela, ao defender que para o êxito da IA é preciso, porém, haver mais interação com o ser humano. “O humano precisa ser generoso em termos de fornecer feedback e o sistema de IA tem de incorporar isso e se tornar melhor com o tempo”, finalizou.