A francesa Judith Duportail, jornalista que vive em Berlim, especializou-se em reportagens sobre relacionamentos e sobre o papel da tecnologia neles. Usuária do aplicativo de relacionamentos Tinder desde a noite de 18 de Dezembro de 2013, ela resolveu pedir à empresa uma cópia dos dados dela que estão guardados com o Tinder. Recebeu um pacote com 800 páginas, contendo absolutamente tudo o que digitou enquanto usou o aplicativo. Judith escreveu uma longa reportagem sobre o assunto para o jornal Guardian, de Londres.
Todas as mensagens, os nomes de todas pessoas, com horários, datas, geolocalização. Tudo havia sido guardado. Ela conseguiu a cópia dos dados por força da legislação de proteção de dados da União Europeia, que dá esse direito a todos os seus cidadãos. A resposta do Tinder demorou bastante e o pedido teve de ser feito com a ajuda de um advogado segundo ela. “Fiquei impressionada com a quantidade de informações que eu divulguei voluntariamente: locais, interesses e empregos, imagens, gostos de música e o que eu gostava de comer. Mas rapidamente percebi que não era a única”, disse na reportagem.
Estão armazenados com o Tinder segundo ela também dados das outras redes sociais conectadas com o aplicativo. Uma delas foi o Instagram, cuja conta Judith fechou. No entanto, as fotos permanecem todas lá. “O problema é que essas 800 páginas dos meus dados mais íntimos são na verdade apenas a ponta do iceberg”, disse ela. Os dados enviados à jornalista incluem mais de 1.700 mensagens enviadas e recebidas. Em relação a isso, ela menciona as antigas condições de serviço do Tinder sobre as mensagens, que segundo ela continha a seguinte frase: “Você não deve esperar que suas informações pessoais, bate-papos ou outras comunicações sempre permaneçam seguras.” Ela expressou preocupações sobre a exata segurança desses dados no caso de uma invasão ou no caso de a Tinder ser vendida.