Pelo menos no caso da Fedex, uma daquelas empresas que transportam para nós caixas, pacotes e envelopes pelo mundo, a resposta é invasão. O resultado do primeiro trimestre do seu ano fiscal, que terminou em 31 de Agosto, ficou cerca de 300 milhões de dólares abaixo do previsto e as consequências foram direto para o bolso dos acionistas: o rendimento de cada ação foi de US$ 2,19, após uma perda de 2 centavos causada pelos danos trazidos pelo furacão Harvey e mais 79 centavos perdidos com os problemas causados pelo ransomware NotPetya na subsidiária TNT, que tem sede na Holanda.
A subsidiária holandesa da empresa de entrega de pacotes, TNT Express, adquirida pela Fedex em 2015, foi infectada com o vírus de ransomware NotPetya no dia 27 de junho e ficou semanas sem poder utilizar seus sistemas. Grande parte do atendimento foi feita de forma manual e o lento processamento das encomendas fez os armazéns ficarem lotados.
Criptografados
O NotPetya atingiu inicialmente empresas na Ucrânia, onde a TNT também tem uma operação grande, e logo se espalhou para cerca de 70 outros países; outra das empresas atingidas na Europa foi a Reckit Beckinser. O ataque congelou os computadores dos usuários, criptografou seus arquivos e exigiu um resgate de US$ 300 em Bitcoin para recuperar o acesso. Um mês depois do incidente a TNT ainda não havia se recuperado das consequências do ataque. No ataque do WannaCry, em 12 de Maio, os computadores podiam ser utilizados mas sem acesso aos arquivos como os textos e as planilhas. No caso do NotPetya, nem o Windows entrava em funcionamento. Segundo a Reuters, a FedEx não tinha seguro cibernético para proteger-se dos prejuízos desse ataque. “Como resultado, a FedEx está reexaminando o mercado de ciber-seguros para determinar se há cobertura que possamos desenvolver, e que acrescentaria proteção para nossa empresa a um preço razoável”, disse um executivo na conference call de apresentação dos resultados.