Com a redução nas estimativas de poder de computação quântica necessário para quebrar algoritmos atuais, uma coalizão formada por empresas e instituições publicou um roteiro de migração para criptografia pós-quântica, incentivando organizações a iniciarem o processo imediatamente.
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O roteiro foi publicado pela Post-Quantum Cryptography Coalition (PQCC), da qual fazem parte Microsoft, IBM Quantum, PQShield, SandboxAQ e MITRE. Segundo Wen Masters, vice-presidente de tecnologias cibernéticas da MITRE, a evolução da computação quântica torna urgente a preparação para ameaças emergentes.
A publicação ocorre após novo artigo de Craig Gidney, do Google Quantum AI, que reduziu em mais de 95% a estimativa de poder necessário para quebrar uma chave RSA-2048. O estudo estima que computadores quânticos com menos de um milhão de qubits ruidosos poderiam realizar essa tarefa em menos de uma semana — em contraste com os 20 milhões de qubits sugeridos em 2019.
Em nota, Gidney observou que os computadores atuais têm entre 100 e 1.000 qubits, mas o avanço exige que organizações comecem a adotar algoritmos resistentes a ataques quânticos, como os padrões definidos pelo NIST. Desde 2024, o NIST recomenda iniciar essa transição mesmo que computadores quânticos funcionais ainda estejam distantes.
O roteiro da PQCC define quatro fases: preparação organizacional, levantamento e priorização de dados, planejamento e execução com fornecedores e monitoramento contínuo da segurança criptográfica. O objetivo é atingir ampla adoção da criptografia pós-quântica até 2035, com base nas diretrizes do governo dos EUA. Até o momento, padrões como SSH, TLS 1.3 e IKE/IPSec são os únicos com alguma adoção prática.