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Mão de obra de cyber encolheu em 2024

O crescimento da força de trabalho global em cibersegurança desacelerou pela primeira vez em seis anos, apesar do aumento da demanda por profissionais. Segundo o ISC², a lacuna global de profissionais atingiu um novo pico, com 4,8 milhões de especialistas necessários para proteger adequadamente as organizações. No entanto, o crescimento do número de profissionais foi de apenas 0,1% em 2024, um contraste com o aumento de 8,7% no ano anterior.

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Uma das principais razões para essa desaceleração é a falta de orçamento, que superou a escassez de talentos como o principal motivo das dificuldades de contratação. As restrições econômicas têm levado a cortes de orçamento em 37% das equipes de cibersegurança, além de congelamento de contratações e demissões. Mesmo diante de um cenário de ameaças cada vez mais complexas, as empresas estão enfrentando desafios para equilibrar os investimentos necessários em suas equipes.

A falta de habilidades especializadas é outro problema crescente. De acordo com a pesquisa, 90% dos profissionais de cibersegurança enfrentam escassez de habilidades em suas organizações. As maiores lacunas estão nas áreas de inteligência artificial, segurança em computação em nuvem e implementação de zero trust. Esses déficits são vistos como um risco significativo, com 58% dos entrevistados acreditando que a falta de habilidades coloca suas organizações em perigo.

Outro desafio é a dificuldade em atrair novos talentos para o setor. Quase um terço das equipes de segurança não possui profissionais de nível básico, e 15% não têm profissionais juniores. Muitas empresas estão priorizando a contratação de profissionais experientes, o que limita o desenvolvimento de uma base interna de talentos. O ISC2 ressalta a importância de criar oportunidades de treinamento e desenvolvimento para novos profissionais, essencial para a segurança cibernética no futuro.

Por fim, a satisfação no trabalho entre os profissionais do setor está caindo. Em 2024, a taxa de satisfação caiu para 66%, uma redução de 4% em relação ao ano anterior. A crescente pressão sobre as equipes e a lentidão na criação de novos empregos aumentam o risco de esgotamento e saídas do setor, agravando ainda mais a escassez de mão de obra qualificada em cibersegurança.