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“Mammoth” roubou 1,2 bi de clientes bancários

Da Redação
04/11/2024

Nos últimos anos, o golpe cibernético conhecido como Mammoth evoluiu e ampliou seu alcance, segundo especialistas em segurança. Surgido em 2019, o esquema tem sido aperfeiçoado para roubo de fundos, especialmente na Rússia e em países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Apenas entre julho de 2023 e junho de 2024, o prejuízo estimado foi de mais de 1,2 bilhão de rublos (cerca de R$ 70 milhões), totalizando 8,6 bilhões desde 2021 (cerca de R$ 503 milhões). Hoje, o golpe é praticado por 16 grandes grupos, que empregam cerca de 20.000 fraudadores.

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Entre as novas táticas adotadas pelos criminosos, destaca-se a indução das vítimas a instalar aplicativos falsos, supostamente para rastrear entregas. Esses apps, instalados após uma transação em site de phishing, permitem que os golpistas assumam controle total dos dispositivos, contratem empréstimos e esvaziem contas bancárias. Outra prática crescente é a criação de páginas falsas que imitam sites de bancos, abrangendo marcas em países como Armênia, Quirguistão, Uzbequistão, Azerbaijão e Cazaquistão.

Uma variação conhecida como “Antikino” também foi incorporada ao golpe, com fraudadores se passando por mulheres em aplicativos de namoro. Após uma breve interação, eles convencem a vítima a comprar ingressos de cinema em sites fraudulentos. A segurança das comunicações dos golpistas foi impactada em setembro, quando Pavel Durov, fundador do Telegram, anunciou que colaboraria com autoridades para entregar dados de criminosos. Com isso, muitos grupos migraram para plataformas web próprias e para a darknet.

O impacto financeiro das operações foi sentido: em quatro semanas, a receita de grupos de fraude caiu 22%, influenciada também pelo bloqueio de contas pela CryptoBot, plataforma usada para saques. Apesar disso, especialistas indicam que o esquema Mammoth continua a crescer. Desde 2020, foram identificados 1.566 grupos, com o valor médio de roubos na Rússia atingindo 9.008 rublos.

Para se proteger, os analistas recomendam cautela com sites de descontos e com páginas recém-criadas, verificando a data de criação por meio de serviços como Whois. Outra dica é evitar o contato em mensageiros instantâneos e priorizar o uso dos canais oficiais de plataformas de compra e venda.

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