Malware Qakbot volta a atacar 3 meses após ter sido desmantelado

Da Redação
18/12/2023

Pouco mais de três meses após o FBI ter anunciado o desmantelamento do grupo de malware Qakbot, também conhecido como Qbot, pesquisadores da Microsoft identificaram que a botnet está sendo distribuída novamente em campanhas de phishing.

No fim de agosto, uma operação policial multinacional denominada Operação Duck Hunt acessou os servidores do administrador do QakBot e mapeou a infraestrutura do grupo. Depois de obter acesso às chaves de criptografia da botnet usadas para comunicação de malware, o FBI foi capaz de “sequestrá-la” para enviar um módulo DLL (Dynamic-link library) personalizado do Windows para dispositivos infectados. Essa DLL executou um comando que interrompeu efetivamente a botnet.

Embora um serviço de phishing que foi usado para distribuir o QakBot tenha estado em atividade desde a sua interrupção, não havia registro de distribuição do malware até a última segunda-feira, 11, quando a nova campanha de phishing começou.

A Microsoft agora está alertando que o QakBot está sendo distribuído novamente em uma campanha de phishing fingindo ser um e-mail de um funcionário da Receita Federal. A fabricante de software diz que observou pela primeira vez o ataque de phishing  na segunda-feira em uma pequena campanha direcionada ao setor de hospitalidade.

Anexado ao e-mail está um arquivo PDF fingindo ser uma lista de convidados que diz “A visualização do documento não está disponível” e, em seguida, solicita que o usuário baixe o PDF para visualizá-lo corretamente. No entanto, ao clicar no botão de download, o destinatário baixa um arquivo MSI (Microsoft Installer) que, quando instalado, lança a DLL do malware Qakbot na memória.

A Microsoft diz que a DLL foi gerada na segunda-feira, 11, mesmo dia em que a campanha de phishing começou, e usa o código ‘tchk06’ e servidores de comando e controle (C&C). “Mais notavelmente, a carga útil do Qakbot entregue foi configurada com a versão inédita 0x500”, tuitou a Microsoft, indicando o desenvolvimento contínuo do malware.

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Embora seja muito cedo para dizer se o Qbot irá assumir a dimensão anterior, administradores e usuários precisam estar atentos aos e-mails de phishing da cadeia de resposta que são comumente usados para distribuir o malware.

O QakBot, também conhecido como Qbot, começou como um trojan bancário em 2008, com desenvolvedores de malware usando-o para roubar credenciais bancárias, cookies de sites e cartões de crédito para cometer fraudes financeiras. Com o tempo, o malware evoluiu para um serviço de entrega de malware, fazendo parceria com outros agentes de ameaças para fornecer acesso inicial a redes para a realização de ataques de ransomware, espionagem ou roubo de dados.

O Qakbot é distribuído por meio de campanhas de phishing que utilizam uma variedade de iscas, incluindo ataques de e-mail em cadeia de resposta, que é quando os agentes de ameaças usam um thread de e-mail roubado e, em seguida, respondem a ele com sua própria mensagem e um documento malicioso anexado. Esses e-mails geralmente incluem documentos maliciosos como anexos ou links para baixar arquivos maliciosos que instalam o malware Qakbot no dispositivo de um usuário.

No passado, o Qakbot fez parceria com várias operações de ransomware, incluindo Conti, Prolock, Egregor, REvil, RansomExx, MegaCortex e, mais recentemente, Black Basta e ALPHV/BlackCat.

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