Desde 2020, grupos de espionagem cibernética de mais de uma dezena de países têm como alvo usuários no Brasil, revela um relatório que acaba de ser publicado pela Mandiant. Segundo o estudo, mais de 85% dessas atividades de phishing estão concentradas entre grupos supostamente apoiados pelos governos da China, Coreia do Norte e Rússia. Assinado pelos especialistas Kristen Dennesen, Luke McNamara, Dmitrij Lenz, Adam Weidemann e Aline Bueno, o relatório afirma que “muitos dos atores de ameaças de espionagem cibernética, prolíficos em campanhas em todo o mundo, também estão ativos na em tentativas de intrusão em setores críticos da sociedade brasileira”.
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Num alerta geral, os pesquisadores afirmam que “à medida em que o papel econômico e geopolítico do Brasil nos assuntos globais continua a aumentar, os atores de ameaças com diversas motivações buscarão ainda mais oportunidades para explorar a infraestrutura digital da qual os brasileiros dependem em todos os aspectos da sociedade”.
O estudo conclui que os grupos apoiados pelo governo norte-coreano, por exemplo, demonstraram grande interesse nas empresas brasileiras de criptomoeda, aeroespacial e de defesa, e em alvos governamentais. Os grupos da China, por sua vez, têm como alvo organizações governamentais brasileiras, bem como o setor energético. Grupos russos de espionagem cibernética têm como alvo usuários no Brasil regularmente há mais de uma década; no entanto, desde o início da guerra da Rússia na Ucrânia, a atividade russa visando o Brasil diminuiu consideravelmente – provavelmente uma indicação dos esforços da Rússia para concentrar recursos em alvos ucranianos e da NATO no contexto da guerra Rússia-Ucrânia.