Um novo relatório da especialista em pesquisas Gartner diz que a localização física dos dados está se tornando cada vez mais irrelevante e que, até 2020, uma combinação de localização jurídica, política e lógica será muito mais importante. O vice-presidente de pesquisas do Gartner Carsten Casper diz que o número de discussões sobre residência de dados e soberania de dados aumentou nos últimos 12 meses, e que isso estagnou a inovação tecnológica em muitas organizações. O conflito, originalmente deflagrado pela predominância de provedores dos EUA e pelo Patriot Act (lei antiterrorismo americana), tem sido alimentado desde então por revelações de Edward Snowden sobre a vigilância da NSA.
O Gartner identifica quatro locais para os dados na nova era. A localização física, no passado, era associada com o controle, mas, agora que os dados podem ser facilmente acessados remotamente, o Gartner aconselha que as preocupações sobre a localização física devam ser equilibradas com outros riscos.
A localização legal é determinada por quem controla os dados, embora possa haver outras organizações, tais como porvedores de serviços, que processam e armazenam. Já a localização política leva em conta fatores como as solicitações de fiscalização, mão de obra barata e equilíbrio político internacional. O Gartner afirma que estes só são realmente importantes para o setor público ou empresas cuja reputação já esteja comprometida.
Finalmente vem localização lógica que é determinada por quem acessa os dados. Tudo isto pode levar a situações bastante complexas, em que os dados podem ser colocados em quatro locais ao mesmo tempo. Como o Gartner observa, o que acontece se uma empresa alemã assina um contrato com a filial irlandesa de um provedor de nuvem EUA que tem suas informações fisicamente armazenadas em um data center na Índia? Enquanto a localização jurídica do prestador seria a Irlanda, a localização política seria os EUA e a localização física seria a Índia, mas, logicamente, todos os dados ainda podem estar na Alemanha.