A gigante global de alimentos e bebidas Kraft Heinz, cuja marca se transformou em sinônimo de ketchup, está investigando alegações recentes de roubo de dados feitas por uma gangue de ransomware. A empresa, com sede em Chicago, nos EUA, é a quinta maior fabricante de alimentos e bebidas do mundo, com vendas anuais de mais de US$ 26 bilhões.
Na noite de quarta-feira, 13, o grupo de ransomware Snatch adicionou a empresa ao seu site de vazamento, alegando ter roubado uma quantidade não revelada de dados. Um porta-voz da Kraft Heinz forneceu informações ao The Record sobre o que pode ter sido atacado, mas disse que a empresa não está lidando com nenhum efeito adverso. “Nossos sistemas internos estão operando normalmente e atualmente não vemos evidências de um ataque mais amplo.”
O FBI e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA) dos EUA destacaram a gangue de ransomware Snatch em setembro, alertando que os hackers estavam baseados na Rússia e têm como alvo organizações nos setores de agricultura, TI e defesa.
O grupo, que opera desde 2018, ganhou as manchetes nos últimos meses por ataques ao Departamento de Defesa da África do Sul, ao Metropolitan Opera e à Prefeitura de Modesto, na Califórnia. “Desde meados de 2021, os operadores do Snatch evoluíram consistentemente suas táticas para aproveitar as tendências atuais no espaço cibercriminoso e alavancaram os sucessos das operações de outras variantes de ransomware”, disseram as agências.
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O grupo também foi visto comprando dados roubados por outras gangues de ransomware e extorquindo vítimas para obter mais resgates.
Em ataques anteriores, que incluíram a montadora Volvo, um aeroporto canadense e a Associação Canadense de Enfermeiros, a gangue, além de limitar os serviços, roubou milhões de números de CPF e identidades das vítimas. Vários ataques a grandes fabricantes de alimentos foram realizados este ano, embora nem todos possa ser atribuídos ao grupo, entre elas a Sysco, Dole, Hershey, Mondelez e a canadense Maple Leaf Foods.