
A empresa israelense Jenovice Cyber Labs está comercializando um produto para localizar e interceptar comunicação em Wi-Fi, podendo ser operado remotamente de qualquer lugar do mundo. Batizado com o nome de Piranha, pode operar de uma distância de até 700 metros quando usado com um amplificador externo. Uma pessoa em campo irá transportar e colocar o dispositivo dentro do alcance do Wi-Fi, enquanto um operador remoto pode controlar a ação, interferindo na comunicação a partir de qualquer local, via Internet.
A indústria de interceptação Wi-Fi é mais competitiva do que nunca, e várias empresas israelenses comercializam produtos que os governos podem usar para entrar em redes sem fio para fins de vigilância e ataques cibernéticos. O Piranha explora as vulnerabilidades nas redes Wi-Fi, podendo conectar um atacante até com 50 dispositivos Piranha ao mesmo tempo. Ele permite a vigilância e ataques de man-in-the-middle, que podem preparar o cenário para novos ataques cibernéticos. A ferramenta é comercializada como “à prova d’água” – podendo ficar ao relento – e sua bateria tem uma duração de quatro dias.
A Jenovice, que enfrenta a concorrência de outras empresas israelenses, incluindo a WiSpear e a Magen 100, comercializa o Piranha para governos de todo o mundo, conforme regulamentado pelo Ministério da Defesa israelense. Outro produto, o Orion, não está sujeito a regulação porque é vendido como ferramenta para geolocalização de redes WiFi e de dispositivos conectados a elas. A empresa pode vender o Orion a qualquer cliente.
Os clientes recebem treinamento extensivo e, em seguida, seus operadores podem controlar os equipamentos em qualquer lugar, a partir de um centro de comando e controle. A Jenovice não tem acesso ou conhecimento das operações do cliente depois que o treinamento e a venda estão completos. A empresa também vende outros produtos, incluindo ferramentas de extração de dados e exploits, para clientes governamentais.