Moradores do sul do Líbano e de partes de Beirute receberam, na manhã de segunda-feira, mensagens de texto e chamadas telefônicas alertando sobre uma possível escalada nos bombardeios das forças israelenses. As comunicações, supostamente enviadas por Israel, orientavam a população a evacuar vilarejos onde há presença do Hezbollah. As mensagens foram acompanhadas de gravações automáticas e também transmitidas via rádio, provocando preocupações sobre uma possível invasão nas redes de telecomunicações libanesas.
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Poucas horas após os avisos, mais de 270 pessoas foram mortas em ataques no sul e leste do Líbano, e Israel confirmou bombardeios em áreas de Beirute. Especialistas apontam que esses alertas foram uma demonstração da capacidade de Israel no espaço cibernético e lembram táticas usadas anteriormente em Gaza. O uso de mensagens direcionadas, dizem os especialistas, destaca uma superioridade tecnológica e de inteligência de Israel sobre seus vizinhos.
Além de serem um possível recurso para minimizar baixas civis, essas mensagens também são vistas como uma forma de guerra psicológica. Os avisos têm como objetivo desestabilizar a população ao lembrar que Israel possui informações detalhadas sobre suas vidas e localizações. Essa invasão das redes de comunicação, segundo analistas, teria ocorrido bem antes do início do conflito atual, e Israel já teria acesso aos dados de civis libaneses há anos.
O Líbano já acusou Israel de hackear suas redes de telecomunicações no passado, como em 2018, quando civis em Kafr Kila receberam mensagens de alerta semelhantes. Além disso, o uso de malware e espionagem eletrônica, como o spyware Pegasus, demonstra a capacidade de Israel em coletar dados de forma remota, violando a privacidade dos cidadãos libaneses.
A fragilidade da segurança de dados no Líbano também contribui para a exposição de seus cidadãos. Especialistas apontam que falhas no sistema de telecomunicações e até violações cometidas por agentes estatais libaneses têm deixado a população vulnerável a ataques de espionagem e coleta de dados por parte de Israel.
