O Irã afirmou ter bloqueado um ataque cibernético considerado um dos mais amplos e complexos já direcionados à infraestrutura do país. A informação foi publicada pela agência Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária, com base em declarações de Behzad Akbari, chefe da Empresa de Infraestrutura de Telecomunicações (TIC).
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Segundo Akbari, o ataque foi detectado a tempo e medidas preventivas foram adotadas. No entanto, o governo não forneceu detalhes técnicos nem indicou a origem da ofensiva. O episódio ocorreu um dia após uma explosão no porto de Shahid Rajaei, o maior do Irã, que deixou ao menos 28 mortos e 800 feridos. As autoridades não estabeleceram conexão entre os dois eventos.
A empresa britânica Ambrey Intelligence sugeriu que a explosão teria sido causada por um carregamento mal manuseado de combustível sólido importado da China e destinado a mísseis, versão que foi negada pelo Ministério da Defesa iraniano.
O país já enfrentou ataques cibernéticos relevantes, como o que atingiu o sistema de combustível em 2021 e uma siderúrgica em 2022. Ambos foram reivindicados pelo grupo Predatory Sparrow, que afirmou tomar medidas para não causar vítimas. A sofisticação técnica das ações levantou suspeitas sobre apoio de agências estatais estrangeiras.
Teerã frequentemente responsabiliza Israel e os Estados Unidos por esse tipo de ataque, embora sem apresentar provas conclusivas. Em 2020, o governo também os acusou de uma ofensiva contra o sistema portuário de Shahid Rajaei. O histórico inclui ainda o caso do Stuxnet, malware descoberto em 2010, amplamente atribuído à cooperação entre EUA e Israel.