Além da Diretoria Acadêmica, problema atingiu também o Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), o Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE) e o Centro de Computação (CCUEC)

O incidente cibernético anunciado pela Unicamp às 16h30 da última quinta-feira de fato não atingiu apenas a Diretoria Acadêmica, como prenunciou a nota da Universidade. Foram prejudicados também sistemas no Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), no Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE) e no Centro de Computação (CCUEC). Em sua segunda “Nota sobre violações em sistemas computacionais”, assinada pela Reitoria, a Universidade informa que temporariamente essas áreas irão operar de forma limitada. Alguns dos sistemas, diz a nota, estão inoperantes “e voltarão a funcionar no decorrer do fim de semana e início da próxima semana”.
Nenhum era acessível por meio da Internet até a noite de hoje, domingo, 26 de Janeiro. Essa condição é explicada pelo item dois da nota: “Enquanto operarem de forma limitada, os sistemas afetados só poderão ser acessados por computadores conectados à rede cabeada da Unicamp ou, remotamente, por meio de rede privada virtual (VPN, na sigla em inglês)”.
Pela rede sem fio Eduroam, presente em todo o campus, o acesso também está suspenso. A nota acrescenta que “não há previsão, por ora, de quando os sistemas voltarão a operar normalmente. A comunidade será informada tão logo isso ocorra”.
Na nota número três, publicada em seguida a Reitoria avisa que todos os usuários dos sistemas corporativos da Universidade deverão trocar sua senha no Sistema de Senha Única (SiSe). Alguns docentes e funcionários terão de procurar o representante de usuários de sua unidade para restaurar seu acesso, porque suas contas estão bloqueadas.
Também foram bloqueadas as contas de todos os coordenadores dos cursos de graduação. Para poder utilizar o sistema acadêmico nesta segunda-feira, dia 27, acrescenta a nota, eles também terão de procurar representantes de unidade para obter fisicamente uma nova senha. Segundo nota do portal G1, a Coordenadoria Geral de Tecnologia de Informação e Comunicação (CITIC), chefiada pelo cientista e especialista em criptografia Paulo Lício de Geus, designou uma equipe para identificar o que provocou o incidente e alertar os funcionários em relação aos cuidados relacionados a privacidade.
Na entrevista ao G1, ele acrescenta que “um comitê interno de segurança da informação já estava atuando desde o ano passado para atender a Lei Geral de Proteção de Dados. Tínhamos iniciado estudos que tratam justamente de vazamentos de dados. A nossa maior preocupação é afetar a privacidade de usuários, então muita coisa vai melhorar e isso tem um reflexo na proteção dos sistemas que hospedam essas informações. Existem casos que somos obrigados a hospedar dados privados, então temos que proteger de uma maneira melhor”.
Na mesma entrevista ele contou que os primeiros indícios do ataque apareceram na terça-feira (21), na rede da Diretoria Acadêmica. O incidente foi comunicado à Polícia Civil no dia 23, quinta.