Os operadores do ransomware BlackMatter criaram um impasse nas negociações com a NEW Cooperative, uma cooperativa agrícola sediada no estado norte-americano de Iowa: eles afirmam não atacar empresas que fazem parte da infraestrutura crítica de um país e exigem US$ 5,9 milhões como resgate para fornecer a chave que irá decodificar os arquivos criptografados durante o ataque de ransomware. No entanto, o ataque atingiu a empresa Soilmap, controlada pela NEW, que fornece tecnologia em agricultura de precisão para cerca de 40% das fazendas dos EUA.
As negociações não evoluem porque os operadores do BlackMatter não consideram que a NEW seja infraestrtura crítica. Num trecho de negociações revelado pelo portal @darkfeed, o negociador da cooperativa explica: “Seu website diz que você não ataca infraestrutura crítica. Somos uma infraestrutura crítica – nos conectamos com a cadeia de suprimentos de alimentos nos Estados Unidos. Se não formos capazes de nos recuperar muito em breve, haverá uma interrupção pública na cadeia de suprimentos de grãos, carne suína e de frango. Cerca de 40% da produção de grãos é executada em nosso software e 11 milhões de programações de ração para animais dependem de nós. Isso interromperá a cadeia de abastecimento muito em breve e teremos de relatar isso aos nossos reguladores e provavelmente ao público se a interrupção continuar. Eu entendo que você pensou nisso? A CISA vai exigir de nós respostas nas próximas 12 horas ou mais e vamos ter de explicar tudo o que aconteceu e por que a cadeia de alimentação está interrompida”.
Os negociadores do BlackMatter responderam que “vocês não se encaixam nas regras. Todo mundo tem prejuízos, tudo está ligado ao comércio; as [infraestruturas] críticas significam as necessidades vitais de uma pessoa, e você ganha dinheiro.”
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Ocorre que as fazendas dos EUA estão altamente informatizadas e automatizadas, executando estratégias de agricultura de precisão baseada em inovações que incluem veículos autônomos, imagens de satélite, plataformas agrícolas que podem conectar informações de tratores, drones , satélites, amostras de solo e fontes públicas para mapear planos de plantio, quais herbicidas ou pesticidas usar e colheitas.
No entanto, ao fazer agricultura de precisão as fazendas expõem e ampliam as suas superfícies de ataque. E esses sistemas e dados estão cada vez mais sendo visados. Os invasores estão pedindo dinheiro, mas os dados potencialmente comprometidos também incluem informações econômicas e estratégicas valiosas. Os pesquisadores alertam que a integração de plataformas agrícolas inseguras com os sistemas de orientação de equipamentos agrícolas, incluindo tratores e colheitadeiras representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA e do resto do mundo.
Com agências de notícias internacionais