A Marinha dos Estados Unidos foi atingida por um ataque cibernético patrocinado pelo governo chinês, segundo divulgado pela Microsoft na semana passada e confirmado pelo secretário da força, Carlos Del Toro, em entrevista à rede de TV CNBC. Ele disse que a Marinha dos EUA “foi impactada” pelos ciberataques e acrescentou que “não é surpresa que a China esteja se comportando dessa maneira, não apenas nos últimos dois anos, mas nas últimas décadas”.
Del Toro, no entanto, se recusou a fornecer mais detalhes sobre a incursão dos supostos hackers chineses, mas sugeriu que a Marinha vinha enfrentando ataques cibernéticos como esse há anos.
A Microsoft emitiu um aviso na quarta-feira passada, 24, assim como as agências de inteligência, incluindo a Agência de Segurança Nacional (NSA), a Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura (CISA) dos EUA e agências de segurança cibernética de outras quatro nações. Os avisos alertaram empresas privadas e públicas de que um sofisticado grupo de hackers apoiado pelo Estado chinês explorou com sucesso uma vulnerabilidade em um popular pacote de segurança cibernética.
A vulnerabilidade, que foi explorada por um grupo de espionagem, de codinome Volt Typhoon, tem como alvo a infraestrutura cibernética crítica em vários setores, principalmente as comunicações e os setores marítimos, da ilha norte-americana de Guam, na Micronésia, que abriga uma importante base militar dos EUA na Ásia.
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O governo dos EUA disse que está trabalhando com seus parceiros do Five Eyes (acordo na área de inteligência entre Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA) para identificar possíveis violações.
O grupo de hackers parece ter se concentrado na espionagem, e não na interrupção das infraestruturas, disse a Microsoft. Mas altos funcionários de inteligência e pesquisadores de segurança expressaram preocupação de que Guam tenha sido o alvo, dizendo ao The New York Times que o território da ilha seria crucial para evitar uma invasão à Taiwan pela China, há muito temida.
O Ministério das Relações Exteriores da China e a imprensa estatal rechaçaram as acusações da Microsoft e da comunidade de inteligência e as classificaram como “desinformação”.Na quinta-feira anterior, 18, um porta-voz do Departamento de Estado disse que é vital que o governo e o público permaneçam vigilantes. “Continuaremos a trabalhar com nossos aliados e parceiros para resolver esse problema crítico”, disse o porta-voz Matthew Miller em um briefing.