O diretor de Segurança Cibernética e Proteção da Informação do Ministério de Tecnologias de Informação e Comunicação (MITIC) do Paraguai, Jorge Levera, revelou detalhes de um ataque cibernético que atingiu redes do governo paraguaio, supostamente orquestrado por organizações ligadas a interesses políticos e econômicos da China. A informação apareceu originalmente num comunicado conjunto da Embaixada dos Estados Unidos em Assunção e do Ministério da Tecnologia do Paraguai.
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Desde o início do ano, o MITIC, em colaboração com o Comando Sul dos Estados Unidos, iniciou um monitoramento extensivo das redes governamentais, após detectar padrões de tráfego estranhos, tais como transferências de dados em horários incomuns. Essas pistas levaram à identificação de ferramentas e endereços IP associados a organizações de fachada que atuam como intermediárias nos ataques. “Identificamos padrões típicos dessas operações, que buscam informações estratégicas em períodos de alta atividade diplomática no Paraguai”, explicou Levera em entrevista à rádio Universo 970 AM, referindo-se às suspeitas de que os ataques sejam direcionados a dados relacionados às relações internacionais e. políticas econômicas do país.
Levera confirmou que o MITIC apresentará denúncia formal ao Ministério Público paraguaio com as provas colhidas. No entanto, reconheceu que as regulamentações internacionais dificultam a ligação direta dos responsáveis ao governo chinês. “Essas empresas de fachada trabalham não só para governos, mas também para outras entidades interessadas em obter informações sensíveis”, esclareceu.
Diante de comentários que acusam o governo de minimizar a situação, Levera ressaltou que esse tipo de investigação exige sigilo para não alertar os agressores. “Se a investigação for tornada pública com antecedência, os responsáveis cessam as suas atividades, dificultando a sua localização”, argumentou.
Os ataques cibernéticos revelam a crescente vulnerabilidade dos sistemas digitais no Paraguai a ameaças externas. Este caso destaca a importância de reforçar as capacidades de segurança cibernética no país e de estabelecer mecanismos de cooperação internacional para prevenir futuros incidentes.
