Um líder da InFraud, organização internacional de criminosos cibernéticos — responsável por mais de US$ 568 milhões em perdas financeiras no mundo — se declarou culpado pelas acusações baseadas na Lei de Organizações de Corrupção e Influência em Racketeer (RICO, na sigla em inglês), em 26 de junho.
Após uma investigação liderada pelo Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA, em Las Vegas, e do Departamento de Polícia de Henderson, Nevada, o cidadão de origem russa Sergey Medvedev se declarou culpado em um tribunal distrital de Nevada.
A InFraud era uma empresa de cibercriminosos que participava de roubo de identidade em larga escala, cartões bancários, venda de informações de identificação pessoal e malware de computador, entre outras atividades ilegais até sua dissolução em 2018.
De acordo com um comunicado de imprensa do Departamento de Justiça (DoJ), a organização foi criada em outubro de 2010 para crescer como o principal destino para a compra de itens online com cartões de crédito roubados. Com o slogan era “In Fraud We Trust” (na fraude nós confiamos), ela direcionou o tráfego e os possíveis compradores para os sites de venda automática de seus quase 11 mil membros registrados, que serviam como canal online para o tráfego de meios de identificação para roubar informações financeiras e bancárias ou instalar malware para facilitar transações ilícitas.
Veja isso
Jovem russo que roubava dados de cartões se declara culpado
Grupo russo altera tática e ataca e-mail corporativo
A InFraud também fornecia um serviço de custódia para facilitar transações ilícitas de moeda digital entre seus membros e empregou protocolos de triagem que pretendiam garantir que apenas fornecedores de alta qualidade de cartões roubados, informações de identificação pessoal e outro contrabando pudessem anunciar aos membros, segundo o DoJ.
Em março de 2017, havia um número estimado de 10.900 membros registrados da InFraud. O Departamento de Justiça afirmou que, durante seus sete anos de história, ganhou mais de US$ 568 milhões de suas vítimas — instituições financeiras, comerciantes e indivíduos.
O grupo foi finalmente retirado do ar no início de 2018, depois que as polícias da Austrália, Reino Unido, França, Itália, Kosovo e Sérvia prenderam 13 indivíduos que teriam papéis-chave na InFraud. Posteriormente, foi feita uma acusação acusando 36 membros suspeitos.
Medvedev, 33 anos — também conhecido como “Stells”, “segmed” e “serjbear” —, era uma figura de destaque na organização e foi extraditado da Tailândia depois de ser preso lá durante a operação policial internacional em 2018.
A notícia chega poucos dias depois que outro cidadão russo, Aleksei Burkov, ter sido condenado a nove anos de prisão por operar o site da Cardplanet, que vendia dados roubados de cartões.