Os ataques cibernéticos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último domingo, 15, quando houve o primeiro turno das eleições municipais, teriam partido de um hacker português em prisão domiciliar, segundo reportagem do Estadão.
Em conversa por e-mail com a reportagem do jornal, o hacker, de 19 anos, conhecido com Zambrius, alegou ter atacado o TSE porque a corte havia declarado ter reforçado a segurança após invasão a domínios do Superior Tribunal de Justiça. Ele disse ter agido sem ajuda, de Portugal, munido apenas de um celular por estar sem computador. “Se o tivesse, acredite que o ataque teria um impacto muito maior”, disse ele ao repórter do jornal.
As ações do hacker, contudo, não tiveram impacto no processo de votação, ao contrário do que difundiram as redes sociais bolsonaristas. O próprio hacker afirmou à reportagem que os dados roubados do TSE não têm ligação com o resultado das urnas.
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Os indícios de elo de Zambrius com os extremistas brasileiros estão sob análise de investigadores do Ministério Público Federal e de técnicos do TSE. As suspeitas são reforçadas em dois pontos: o histórico de atuação do hacker, líder do grupo denominado CyberTeam, e o modus operandi na internet de radicais, no Brasil, especialistas em tecnologia da informação.
Monitorado por autoridades portuguesas, o hacker foi detido pela primeira vez em 2017, ainda aos 16 anos. Na época, liderava o grupo LulzSec Portugal. Células brasileiras desse movimento coexistiram. Sites de instituições públicas eram os alvos preferenciais.