Um grupo de hackers pró-Israel, chamado Predatory Sparrow — ou Gonjeshke Darande em persa —, é suspeito de ter realizado um ataque cibernético contra postos de gasolina em todo o Irã. A TV estatal iraniana e a mídia israelense informaram que o ataque ocorreu nesta segunda-feira, 18, e interrompeu os serviços em postos de gasolina. O ataque cibernético teve grande impacto na capital, Teerã, onde muitos postos de gasolina foram forçados a operar manualmente.
O ministro do Petróleo, Javad Owji, disse à TV estatal iraniana que o ataque interrompeu os serviços em cerca de 70% dos postos de combustível do Irã. O ministro acrescentou ainda que o ataque foi lançado por um grupo estrangeiro. “Ao menos 30% dos postos de gasolina estão funcionando, com o restante resolvendo gradualmente a interrupção nos serviços”, disse Owji.
O Ministério do Petróleo iraniano descartou, porém, qualquer ligação dos ataques com o plano de aumento do preço dos combustíveis. “A agência de defesa civil do Irã, responsável pela segurança cibernética do país, disse que ainda está considerando todas as possíveis causas para as interrupções enquanto investiga”, informou o canal de notícias Al Jazeera.
A TV estatal iraniana informou que o grupo Predatory Sparrow reivindicou a responsabilidade pelo ataque. “Este ciberataque foi realizado de forma controlada para evitar potenciais danos aos serviços de emergência”, disse o Predatory Sparrow no comunicado citado pela imprensa iraniana.
Esta não é a primeira vez que o grupo Predatory Sparrow lança um ataque cibernético contra o Irã. No fim de janeiro, o grupo reivindicou a autoria do ataque contra a corporação nacional de mídia iraniana, a República Islâmica do Irã Broadcasting (IRIB). A gangue também assumiu a responsabilidade pelos ataques contra os serviços ferroviários nacionais em julho de 2021, o Ministério dos Transportes e os postos de gasolina iranianos em outubro daquele mesmo ano.
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O porta-voz da associação de postos de gasolina do Irã, Reza Navar, disse à agência de notícias Fars que a causa raiz da interrupção foi um problema de software e especialistas estão trabalhando para resolvê-lo.
A situação no ciberespaço no Oriente Médio continua grave, com centenas de grupos pró-Hamas e pró-Israel realizando inúmeros ciberataques. Em novembro, pesquisadores da Check Point observaram um grupo APT ligado ao Hamas usando a backdoor SysJoker contra entidades israelenses. Naquele mês, durante uma investigação forense, a equipe de resposta a incidentes do Security Joes descobriu um novo malware Linux Wiper que foi rastreada como BiBi-Linus Wipera. Com agências de notícias internacionais.