A gigante farmacêutica japonesa Eisai anunciou esta semana que foi vítima de um ataque de ransomware que a obrigou a desligar alguns sistemas. O ataque, diz a empresa em uma notificação de incidente em seu site, foi identificado tarde da noite do sábado, 3 (horário do Japão), e resultou na criptografia de vários servidores.
Na nota, a Eisai explica que vários de seus sistemas, dentro e fora do Japão, incluindo sistemas de logística, tiveram que ser desligados e permanecem fora de serviço até que as investigações sejam concluídas. No entanto, os sites corporativos e sistemas de e-mail da empresa permanecem operacionais. O comunicado não cita os países no exterior cujas operações foram afetadas, por isso não se sabe se a subsidiária da empresa no Brasil foi impactada.
A Eisai informa que implementou imediatamente seu plano de resposta a incidentes, que envolvia desligar os sistemas para conter o ataque, e iniciou uma investigação. “O Grupo Eisai estabeleceu imediatamente uma força-tarefa para toda a empresa e está trabalhando nos esforços de recuperação com o conselho de especialistas externos e tomando medidas para entender o escopo do incidente. Além disso, o Eisai Group informou as autoridades policiais”, anunciou a empresa.
A multinacional japonesa diz que a possibilidade de vazamento de dados está sob investigação, portanto, não sabe dizer se algum dado sensível foi comprometido ou roubado durante o ataque. O fato é que o vazamento continua sendo um risco potencial. Da mesma forma, não dá para saber qual será o impacto desse ataque cibernético na previsão de lucros da empresa para o ano fiscal atual.
Até agora, nenhum dos principais grupos de ransomware assumiu a responsabilidade pelo ataque cibernético em seus sites de extorsão, nem tampouco foi feito algum pedido de resgate.
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A Eisai já havia sido vítima de outro ataque cibernético em dezembro de 2021 por um grupo de ransomware extinto chamado AtomSilo. Embora o portal de extorsão do AtomSilo não esteja mais online, os dados que o grupo de ameaças vazou incluíam vários despejos de banco de dados MDF e LDF que supostamente foram roubados da rede da Eisai.
Com sede em Tóquio, a empresa possui fábricas na Ásia, Europa e América do Norte e subsidiárias em ambos os continentes americanos, na Ásia-Pacífico, África e Europa. No Brasil, onde atua desde 2011, a empresa tem uma fábrica instalada na cidade de São Paulo.
No ano passado, a empresa reportou receita de mais de US$ 5 bilhões no ano passado. Com mais de 10 mil funcionários no mundo, a empresa mantém ainda 15 unidades de pesquisa médica no Japão, Reino Unido e EUA (Carolina do Norte e Massachusetts).A empresa desenvolve e produz medicamentos para várias formas de câncer e tratamento de efeitos colaterais da quimioterapia, bem como anticonvulsivantes, neuropáticos e medicamentos para demência.