Especialistas da Okta Threat Intelligence descobriram que agentes da Coreia do Norte conseguem empregos em empresas internacionais de TI com grande apoio deinteligência artificial generativa. A GenAI, diz o estudo, se tornou um elemento central nesses esquemas de fraude. O GenAI é usado para criar identidades digitais confiáveis, escrever currículos atraentes, conduzir entrevistas — geralmente usando deepfakes — e até mesmo preencher várias posições de uma só vez.
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A Okta Threat Intelligence observou diversos serviços aprimorados por IA usados para:
- Gerencie as comunicações de várias pessoas e suas inúmeras contas de celular, contas de mensagens instantâneas, contas de e-mail e outros serviços de bate-papo relacionados por trás de um “único painel de vidro”
- Traduzir, transcrever e resumir comunicações
- Gerar e criticar currículos e cartas de apresentação
- Realize simulações de entrevistas de emprego via chat e webcam
- Teste e melhore a probabilidade de qualquer candidatura a emprego passar em verificações automatizadas
A Okta Threat Intelligence também observou o uso de serviços de remessa e logística online por facilitadores. Nossa hipótese é que esses serviços sejam usados para redirecionar dispositivos fornecidos pela empresa para “fábricas de laptops” operadas por facilitadores localizados em países ocidentais.
O objetivo desses esquemas é contornar sanções e obter dinheiro para o orçamento da Coreia. Por trás de funcionários remotos formalmente legais estão escondidas equipes inteiras coordenadas a partir das chamadas “fazendas de laptops” – centros de controle organizados em países onde laptops ficam guardados e ligados. Nesses pontos, os facilitadores — os intermediários do esquema — recebem, configuram e distribuem dispositivos fornecidos pela empresa, conduzem correspondências em nome dos candidatos e gerenciam suas atividades de trabalho.
Em 2024, foi descoberto nos EUA um esquema desses, no qual uma pessoa criou uma “fazenda de laptops” para ajudar trabalhadores da RPDC; na Carolina do Norte, em 2025, foi identificado um grupo que havia colocado dezenas desses “funcionários” em empresas americanas.