O aumento dos ataques cibernéticos no Brasil está levando as empresas a buscarem a resiliência cibernética, que é a capacidade de adaptação e recuperação de eventos adversos, englobando medidas preventivas, detecção e resposta a ataques para garantir a continuidade dos negócios. A constatação é de um estudo elaborado pela IDC, patrocinado pela Kyndryl e pela Microsoft, o qual projeta que os investimentos em resiliência cibernética crescerão 12,4% no país neste ano, embora não quantifique o valor a ser gerado pelos gastos das empresas com hardware, software e serviços relacionados à segurança cibernética.
De acordo com a IDC, os investimentos em hardware, software e serviços de cibersegurança no mundo devem chegar a quase US$ 300 bilhões em 2026, impulsionados pela ameaça contínua de ataques cibernéticos, as demandas de fornecer um ambiente de trabalho híbrido seguro e a necessidade de atender aos requisitos de privacidade e governança de dados. No Brasil, no entanto, a principal alavanca dos investimentos será software, com um taxa média de crescimento anual composto (CAGR, na sigla em inglês) de 20% no período de 2022 a 2026.
O relatório destaca que uso mais acentuado de ambientes híbridos e multicloud, junto com a adoção do trabalho remoto, favoreceram o aumento da superfície de ataque. Dados mostram um crescimento acelerado na adoção de nuvens públicas pelas empresas com seus planos de modernização. Para este ano, a previsão segue equiparável ao histórico dos últimos anos, com média superior a 30%. A IDC avalia que a digitalização dos serviços eleva a segurança cibernética ao nível de risco de negócios colocando a resiliência cibernética como um item prioritário, não apenas dos decisores de TI mas dos conselhos de administração.
“As empresas estão buscando modernizar seus ambientes de infraestrutura e os investimentos em segurança e resiliência se tornam cada vez mais essenciais. Os números mostram uma jornada tecnológica e cultural com resultados crescentes, ainda que não imediatos. Em seus projetos, as organizações buscam a resiliência digital de forma ampla em relação às operações de campo, logística, produção, atendimento ao público e comunicação com stakeholders de forma geral”, afirma Luiz Fernando Monteiro Francisco, analista sênior de serviços de TI da IDC Brasil.
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A pesquisa ainda aponta para a necessidade de apoio de parceiros especializados que tenham condições de orientar as empresas em suas jornadas de transformação digital. Cerca de 20% das receitas atuais são provenientes de produtos e serviços digitais e a perspectiva é de um salto considerável, ultrapassando os 30% em 2026.
“As empresas seguem com suas jornadas de transformação digital e esforços para modernizar suas infraestruturas. Ao mesmo tempo, os ataques cibernéticos em todos os setores estão aumentando exponencialmente. O imperativo hoje é identificar, proteger, detectar, responder e restaurar as operações”, diz Maurício Suga, líder de segurança e resiliência da Kyndryl Brasil.
“As empresas, muitas vezes, não tem os skills necessários para essa missão. Em outras palavras, isso significa que é necessário contar com parceiros de tecnologia para agir não apenas de forma proativa e reativa às ameaças, mas também de forma a estar apto para garantir a possibilidade de desfazer os danos causados por violações de segurança e interrupções de serviço,” completa Suga.