Gasto global com cibersegurança deve somar US$ 168 bi neste ano

Da Redação
28/09/2022

Os gastos com segurança da informação e gerenciamento de riscos devem atingir US$ 168 bilhões até o fim do ano, mantendo a tendência de aumento que já vinha sendo registrada nos últimos anos. A projeção é de um novo  relatório do Boston Consulting Group, que aponta como impulsionadores dos investimentos a expansão da digitalização das empresas e a crescente quantidade de dados em circulação, o que aumenta o potencial de ataques.

Outros motivadores do aumento de gastos são a frequência e o custo dos ataques cibernéticos, que estão acelerando. Globalmente, estima-se que o custo do cibercrime aumentou de US$ 445 bilhões em 2015 para mais de US$ 2,2 trilhões atualmente. A frequência e a dimensão das violações de dados estão crescendo exponencialmente em todos os setores. No ano passado, organizações líderes em quase todos os setores relataram grandes ataques, incluindo empresas de tecnologia, automotivas e órgãos governamentais.

Apesar de os riscos estarem bem claros para os técnicos da área, a compreensão total da importância da segurança digital ainda pode ser um desafio para alguns executivos. O relatório do BCG aponta o processo de gerenciamento do desempenho de cibersegurança como uma solução para avaliar a maturidade dos programas de segurança, verificando níveis de risco, métricas, investimentos e retornos. 

Para Alessandro Pereira, diretor associado do BCG Platinion, visibilidade é a palavra-chave quando o assunto é prevenção em segurança digital. “Para negócios bem-sucedidos em uma era em que muitas operações e transações são virtuais, proporcionar um ambiente seguro e rastreável para clientes e consumidores é essencial. Conhecer e mitigar os riscos é a única forma de proporcionar um alto nível de proteção aos dados e, consequentemente, às empresas”, afirma o executivo.

Segundo ele, um programa de gerenciamento de cibersegurança através da avaliação de desempenho também ajuda a definir e priorizar o que é mais importante para o negócio, garantindo que as operações estejam alinhadas com as metas e apetite por riscos das empresas, melhorando o controle e conseguindo resultados melhores dos investimentos em segurança da informação. Além disso, oferece respostas bastante completas sobre o nível de maturidade em relação às estruturas de segurança, tecnologias, ferramentas adotadas e visibilidade sobre retorno dos investimentos realizados e previsão para investimentos futuros.

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Um case interessante é da STC (Saudi Telecom Company), da Arábia Saudita, que, em 2019 com o apoio do BCG, estabeleceu um framework de cibersegurança detalhado. A estrutura identifica 30 iniciativas para moldar as práticas de segurança cibernética, definir direções, aplicar estratégias, capacitar recursos especializados e proteger os negócios. Além disso, foi estabelecido e definido um modelo de avaliação de maturidade sob medida, mostrando os níveis de maturidade para cada capacidade de segurança digital.

“É evidente que empresas de todo o mundo estão cientes do tema e estão reforçando seu foco na cibersegurança, entendendo que tecnologia é um ativo crítico para os negócios. Para obter resultados positivos e robustos, um programa seguro precisa começar com uma estrutura bem definida. Isso permite que a avaliação de desempenho alcance todos os recursos de proteção, desde alinhamentos de estratégias com os negócios, governança de responsabilidades, mapeamento de riscos, defesa e proteção, mitigação e resposta à eventuais incidentes”, finaliza Alessandro.

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